SESSÃO DE COMUNICAÇÃO 6 – LINGUA(GENS) EM FOCO

 

TRADUÇÃO E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: PERCEPÇÕES E PRESCRIÇÕES NO ESPANHOL E NO PORTUGUÊS BRASILEIRO

 

Matheus Oliveira Paiva Curi

 

Resumo: O presente trabalho investiga a teoria e a prática da tradução de variação linguística no contexto espanhol (tanto o europeu quanto o latino), assim como analisa as suas semelhanças e diferenças com o contexto brasileiro. Por meio de artigos acadêmicos, entrevistas, manuais e matérias jornalísticas, busca-se compilar percepções de tradutores acerca do fenômeno da variação linguística e as prescrições ou tendências que derivam dessas. Em “Historia mínima de la lengua española”, defende-se a tese de que a língua espanhola é policêntrica, já que “cada país é um centro de irradiação e de estabelecimento de normas para a sua própria comunidade, e nenhum pode supor que seu espanhol seja melhor ou deva ser imposto sobre os outros” (LARA, 2013, p. 499). Por conta dessa multiplicidade de vozes, delimita-se a pesquisa de dados a três países: Argentina, Espanha e México. Usam-se então trechos das traduções argentina, espanhola e mexicana do livro “Manual prático do ódio” (FERRÉZ, 2003) como forma de verificar a aplicação das percepções e prescrições encontradas.

Palavras-chave: Tradução. Variação linguística. Espanhol. Português Brasileiro.

 

 

VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS E SUAS IMPLICAÇÕES DO ENSINO DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA

 

Thainá Azevedo da Silva

 

Resumo: É certo que a língua espanhola, como sendo uma língua viva, não é uma entidade imutável ou homogênea. Pelo contrário, bem como sabemos, as línguas vivas passam por mudanças constantes ao decorrer do tempo e, por esse motivo, afirma-se que a mudança linguística é um processo natural, universal e contínuo em todas as línguas em uso, embora siga consideráveis regularidades (VERA LÚCIA COSTA, 1996). Como a língua espanhola é um idioma oficial falado em cerca de 21 países, é natural que carregue consigo peculiaridades das diversas localidades e culturas. Uma vez que essas mudanças linguísticas começaram a acontecer desde a colonização espanhola na América Latina, em que cada país recebeu uma grande influência linguística dos mais diversos povos e, assim, adaptou sua língua ao fundir o falar dos povos indígenas com o espanhol. Logo, se na Espanha já não se fala o espanhol originário, em outro continente e no extremo sul do mundo também não. Dito isso, considero de fundamental importância discutirmos sobre o tema das variações linguísticas e entendermos como essa diversidade influencia não somente no desenvolvimento, na ampliação e renovação da língua, mas no processo de ensino-aprendizagem da Língua Espanhola. Dessa forma, seleciono como objeto de pesquisa a variação linguística chilena da Língua Espanhola. Nesse recorte, abordaremos inicialmente como se deu o processo de construção desse idioma, o contexto histórico, os povos envolvidos e a influência exercida por eles nessa variação. Vamos sistematizar os traços que compõem as particularidades dessa variação em seus diferentes níveis: fonológico, gramatical e lexical. Para fundamentar e desenvolver a proposta, utilizaremos como base teórica os autores Moreno Fernández (2005, 2007, 2010) e Lipski (2005) que possuem estudos acerca das variantes linguísticas do Espanhol americano. A partir da sistematização e apresentação desses dados, veremos quais os fatores responsáveis pela existência de um preconceito acerca do espanhol latino utilizado no Chile e o porquê de essa variante ser considerada por muitos – falantes de língua espanhola – como “o pior espanhol”, tendo como objetivo apresentar reflexões sobre como desmistificar esse preconceito linguístico, sobretudo, no ensino do idioma. Utilizaremos as considerações Débora Souza (2013) para essa questão de ensino-aprendizagem da língua espanhola. Considera-se, neste trabalho, que a consciência sobre a diversidade do espanhol é de fundamental importância para os futuros professores de Espanhol como língua estrangeira, como forma de contribuir para uma abordagem do ensino de Língua Espanhola de qualidade, em que se prioriza respeitar e valorizar as línguas e culturas dos povos.

Palavras-chave: Ensino. Preconceito. Variação Linguística. Língua Estrangeira. Espanhol.

 

 

FORMAÇÃO DOCENTE E ENSINO DE FRANCÊS: A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE FRANCOFONIA ATRAVÉS DA DESCOBERTA DE NOVAS CULTURAS

 

Kevin Soares Turbano

Consuelo Gouvêa

Elisa Velloso

Monique Vidal

 

Resumo: O projeto “Oficina de francês: formação docente e ensino de línguas adicionais nos anos iniciais do ensino fundamental” tem como objetivo proporcionar aos bolsistas uma formação docente inicial com vista ao ensino de língua francesa (LF) a estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental. Ademais, o projeto propõe o aprendizado da língua adicional por meio da descoberta da diversidade cultural existente em países francófonos. Buscando a interação entre teoria e prática, o projeto oferece oficinas de língua francesa a alunos do 2º ao 5º anos, divididos em dois grupos. Os bolsistas atuais começaram a atuar nas escolas em junho de 2019, entretanto, para que estivessem melhor preparados para as atividades com os estudantes, começaram, desde abril do mesmo ano, quando ingressaram no projeto, reuniões, planejamentos de aula, conhecimento de campo e leituras teóricas. Com enfoque no ensino de francês para os anos iniciais do Ensino Fundamental, teve-se como ponto de partida uma perspectiva discursiva e a realização de atividades por meio dos gêneros do cantar, do narrar e do brincar (ROCHA, 2007), o conceito de Francofonia (CALVET, 2007) e aportes da pedagogia crítica e da pedagogia de projetos (LEFFA; IRALA, 2014). Durante a realização das oficinas, questões socioculturais e geográficas foram discutidas, a fim de incitar a construção de pensamento crítico sobre tais assuntos e de proporcionar uma nova visão principalmente sobre países do continente africano. Ambos os grupos tiveram sua própria autonomia para guiar o projeto de acordo com as demandas e necessidades que encontravam em sala e, por isso, realizamos diversos trabalhos de acordo com o interesse das crianças. Ainda que divididos em dois grupos, quando percebiam que os temas a serem tratados eram convergentes, os bolsistas buscavam atividades que pudessem uni-los, por meio de visitas, exposições e produções de instrumentos musicais. Os resultados percebidos pelos bolsistas até o presente momento mostram que os estudantes puderam (re)significar e se familiarizar com temas sócio-históricos e étnico-raciais, adquirir conhecimentos em língua francesa nas modalidades oral e escrita. Além disso, nós, bolsistas, percebemos como o professor é indispensável na construção de uma aprendizagem significativa e ativa do aluno e, como consequência, tivemos melhor compreensão sobre o ato de ensinar. Apesar de o projeto continuar no presente semestre, nós, bolsistas, deveremos adaptar nossas ações para que, no meio de uma pandemia, elas possam ser realizadas remotamente e tragam resultados satisfatórios; para que isso possa acontecer, as leituras e reuniões semanais vão continuar no intuito de nos preparar, na medida do possível, para o cenário atual.

Palavras-chave: Formação. Docência. Cultura. Ensino. Francofonia.

 

 

MATERIAL EXTRACLASSE NAS TURMAS DE LIBRAS 1

 

Kíssila dos Santos Gomes

Tathianna Prado Dawes

 

Resumo: O Programa de Monitoria realiza atividades que permitam ao monitor a participação em discussões acadêmicas, bem como orientação de alunos, pesquisas bibliográficas e organização de eventos científicos referentes à área de Libras - Língua Brasileira de Sinais, de acordo com o Decreto Federal 5.626 de 2005, que regulamenta a Lei Federal nº 10.436 de 2002, onde prevê obrigatoriedade nos cursos de licenciatura e fonoaudiologia e de forma optativa para os demais cursos de nível superior. O objetivo da monitoria é também reforçar e aprofundar os conteúdos aprendidos na disciplina de Libras 1, com o intuito de levar os estudantes da graduação, ao final do período a um nível básico de comunicação com tópicos recorrentes do dia a dia. Em Libras I, os alunos não têm conhecimento prévio da língua e, para ajudá-los a alcançar êxito na disciplina, a monitora teve as tarefas de oferecer horário para aulas de reforço e revisão dos conteúdos dados na disciplina, dependendo do semestre. Também esteve presente e ajudou durante a preparação e execução do novo modelo de avaliação e da criação e atualização dos materiais didáticos extraclasses muito solicitados pelos alunos. A professora Tathianna Dawes utiliza slides próprios em suas aulas. Neles são compreendidas imagens, ilustrações e explicações teóricas dos conteúdos que serão abordados, contudo tendo a necessidade de conhecimento prévio para entender algumas ilustrações dos sinais. Os alunos sempre pedem esses slides para estudo em casa, mas como não há movimento para indicar modo correto de fazer cada sinalização, eles não são cedidos. Referente à atualização do material didático, foram utilizados os vídeos da Fundação Cecierj, feitos para o ensino a distância da UFF, disponibilizados no youtube. Com um total de 13 vídeos, essa playlist compreende todo o conteúdo do semestre com o vocabulário do Rio de Janeiro. Porém, com sua idealização há mais de 5 anos, conforme indicado pela professora, esse vocabulário em alguns momentos está desatualizado ou com erros na execução do sinal no vídeo. Demonstrada assim a necessidade da criação de uma listagem gravada dos sinais e conteúdos das aulas para que os alunos estudem em casa, foram criadas algumas listas de sinais durante o horário de monitoria com os próprios alunos para serem divulgados nos grupos de WhatsApp das 4 turmas do atual semestre. Nessas listas estão abordados os seguintes tópicos básicos do cotidiano: alfabeto, números, saudações, advérbios de tempo, dias da semana, meses do ano, família, estado civil, desenvolvimento humano, cômodos da casa, verbos, curso em que estuda?, onde mora? e vocabulário variado, contendo cerca de 200 sinais. As listas estão em processo de construção, pois são realizadas conforme os alunos frequentam as monitorias e as aulas são dadas, mas faz-se necessária uma lista definitiva de todo conteúdo da disciplina para que seja utilizada em qualquer semestre, para que os alunos possam consultar com a segurança do vocabulário regional correto e que não esteja defasado.

Palavras-chave: Libras. Monitoria. Material de estudos.

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