Mesa redonda 3 – O artista / ao artesão
Mesa redonda 3 – O artista / ao artesão
Compositoras auto-produtoras
Estrela Ruiz Leminski
A cantautora e pesquisadora vai falar sobre as questões que surgem na auto-produção musical partindo da sua experiência como criadora independente e como produtora da FIMS (Feira Internacional da Música do Sul). O pano de fundo da narrativa são das compositoras mulheres na evolução de tecnologias e mídias.
Deslocamentos: uma artista educadora entre o palco, o estúdio e a sala de aula.
Regina Machado
Partindo da minha experiencia pessoal como cantora e compositora com seis álbuns lançados, tendo participado também de trabalhos de outros artistas, e atuando simultaneamente como docente do departamento de música do IA Unicamp, falo de um lugar que vai na contramão daquilo que determina o “mercado” fonográfico, do qual, evidentemente não faço parte – pelo menos não desse no qual circulam cifras astronômicas, seja nos números de “plays” nas plataformas de streaming, seja no jogo de vendagem jogado por alguns poucos “eleitos” numa ação que insiste em restringir e determinar o que deve ser criado e consumido. Por escolha, falo de um lugar dentro da academia que cuida de construir um espaço arejado, de trocas e aprendizados multivetoriais. Um lugar no qual a realização e a pesquisa artística se fundem, possibilitando que através delas possamos vislumbrar novas possibilidades para o ensino, a realização artística e a construção dos saberes. Falo desse lugar que entende a canção popular brasileira como patrimônio cultural que fundamenta os processos de ensino do canto popular e da música de maneira mais ampla. Falo, portanto, de um patrimônio ao qual todos deveriam ter acesso, que não deveria ser sistematicamente apagado por uma máquina que quer que acreditemos que não temos passado, não temos lastro, para que sejamos, assim, facilmente manipulados. No entanto, a alegria que é eixo essencial desse fazer, é revolucionária e aponta sempre novas possibilidades de realização artística, quase de maneira “amadora”. Ou seja, o que trago nesta comunicação diz respeito à sobrevivência sensível de uma artista em constante processo de criação, sem obrigação de produzir o que quer seja, mas, realizando a arte pelo desejo da criação, que se nutre pelos processos de ensino e pelas trocas de saberes que somente quem frequenta a sala de aula com disponibilidade, sabe que acontece.
Carreiras proibidas
Carlos Palombini
A apresentação resulta de trabalho de campo conduzido no Rio de Janeiro de 2005 a 2016 e enfoca momentos das carreiras de dois MCs do funk proibido: o MC Orelha e o MC G3.
Mediação: Raphael F. Lopes Farias