A movimentação de pessoas é um fenômeno que acompanha a história da humanidade desde os seus primórdios. Diversas foram as fases destes fluxos, podendo destacar aquelas ocorridas na pré-história, por volta de 1.000.000 A.C (MACEDO, 2014), o colonialismo europeu e seu respectivo comércio de escravos, a rota da seda, as grandes guerras mundiais, os períodos ditatoriais. Nos últimos anos, segundo relatórios do ACNUR, os principais fluxos migratórios encontram-se no Oriente Médio e na África, os quais partem para países dessas regiões, como também para Europa, por meio do alto mar, alternativa que mais causa mortes devido à insegurança das travessias ilegais (ACNUR 2016). Atualmente, vive-se uma complexa onda migratória, sendo muitas as causas dos fluxos contemporâneos: questões econômicas, desastres naturais, conflitos armados, perseguições por motivos de etnia, religião, nacionalidade, grupos sociais e opiniões políticas. Apesar das dificuldades em mensurar, dados de 2015 apontam que o número de migrantes internacionais atinge cerca de 244 milhões de pessoas, cerca de 3.3% de toda população global. Dentro dessa quantia, cerca de 72% encontram-se em idade ativa, majoritariamente entre os 25 e os 19 anos (OIM, 2018). Nesse contexto, migrar tornou-se medida de sobrevivência, de modo que os fluxos passaram a aumentar também no continente americano, sobretudo, no últimos anos, aqueles originados na Venezuela e no Haiti. Assim, a temática migratória abarca questões socioeconômicas, humanitárias, políticas, sociais, logísticas, de gênero e psicológicas, pois o fenômeno parte de uma lógica de desenvolvimento humano, transcendendo as perspectivas de segurança, geopolítica, movimentação de pessoas, prospecção econômica e manutenção de fronteiras. Logo, a compreensão da mobilidade humana contemporânea passa pelo entendimento de elementos presentes na formação dos Estados-nacionais, como fronteira, território e espaço, além da inserção de atores no sistema internacional (MBEMBE, 2000). Desta forma, este Grupo de Trabalho tem como objetivo viabilizar o debate acerca das migrações internacionais para a compreensão de desenvolvimento, direitos humanos e fronteiras, os deveres dos Estados em relação àqueles que abrigam, as raízes dos fluxos, o impacto dos mesmos na temática securitária, a influência, os limites e a possibilidades dos organismos internacionais no manejo dos fluxos contemporâneos.

Coordenadoras e coordenador: 

  • Roberto Uebel - ESPM/UNIFIN/UFRGS 
  • Cristiane Feldman – PPGDH UniRitter/CESUCA 
  • Aline Passuelo - UFRGS

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