Grupo 7 - Sul Global e desordem internacional: estudos a partir do 3º mundo
Este grupo de trabalho tem como objetivo discutir e favorecer a reflexão sobre as dinâmicas políticas, econômicas, securitárias, sociais e culturais que envolvem os países do chamado Sul Global. Em grande medida, o Sul, em termos de política internacional, refere-se a uma unidade identitária que vincula experiências compartilhadas de vivência diante do colonialismo, do imperialismo e de uma condição periférica e de subalternidade. As experiências compartilhadas pelo conjunto de populações que compreendem o Sul Global, desde a Guerra Fria, impulsionam uma série de processos políticos, sociais e securitários que moldam a política internacional. Essas experiências articulam-se através dos processos de procura por independência, de articulação conjunta nos fóruns globais, da busca pela superação da condição de dependência diante dos centros dinâmicos da economia global. Ainda na Guerra Fria, esse conjunto de experiências foi estudado a partir do conceito de Terceiro Mundo. O Terceiro Mundo englobava nações muito diferentes entre si, mas que comungavam o passado como periferia colonial ou semicolonial (VISENTINI, 2015). Em termos materiais, é desse passado e condição periférica comum que surgem concertações como o Movimento dos Não-Alinhados, onde se destacavam a defesa anticolonialista, neutralista e desenvolvimentista. Após o fim da Guerra Fria e a queda do bloco socialista, o conceito de Terceiro Mundo perdeu centralidade diante do novo contexto de alegada unipolaridade dos Estados Unidos. Entretanto, a partir da erosão progressiva dos pilares que orientavam a ordem internacional na década de 1990, o século XXI renovou os estudos sobre essas regiões que compunham o antigo Terceiro Mundo. A hipótese de transição para a multipolaridade, com a emergência de muitos países dessas regiões periféricas, fomentou uma série de novos estudos sobre as dinâmicas que compreendem o Sul Global. Esses processos típicos do século XXI evidenciam um contexto internacional de aumento dos processos de competição entre as potências estabelecidas e as potências emergentes. Esse quadro de desordem internacional gera efeitos sobre os Sul Global como um todo. Assim, estudos sobre as relações entre Sul e Norte Global, a inserção internacional, política externa, integração regional, segurança nacional e internacional, questões sociais, culturais e econômicas que englobem os Estados que compõem o Sul Global estão no escopo deste GT.
Coordenadores e Coordenadoras:
Bruna Jaeger – UniLaSalle RJ
João Henrique Salles Jung – ISAPE
Nilton Cesar Fernandes Cardoso – ISAPE
Simone da Silva Ribeiro Gomes – UFPEL