Minicurso 1 - Canudos plural: uma história dos sertões à luz das experiências de Belo Monte e da Nova Canudos   

Sinopse: A presente proposta de minicurso tem por objetivo levantar alguns debates e reflexões sobre a história de Canudos numa perspectiva plural. Iremos abordar – temporalmente – momentos da história dos sertões de Canudos que ultrapassam uma abordagem clássica sobre a Guerra de Canudos e em alguma medida a experiência dos sertanejos em Belo Monte. Para isso não excluímos essas duas temáticas, apenas buscamos ampliar a compreensão sobre a história da localidade, trazendo momentos da trajetória dos homens e mulheres que sobreviveram ao massacre e que em 1909 fundam um povoado – batizado de Canudos – ao lado das ruínas de Belo Monte. Na presente proposta buscaremos refletir também sobre as secas da Era Vargas, que modificam a presença do Estado na região. Entendendo o Estado sob a ótima de Pierre Bourdieu, que analisa que o Estado constrói um discurso de universalidade e busca se auto validar, entendemos que o discurso sobre a seca foi um elemento central para legitimação da construção do Açude Cocorobó, tendo em vista que essa obra impactou na submersão do sítio histórico de Belo Monte e do povoado de Canudos. Nossa intenção é levantar reflexões e apontar interpretações sobre a dinâmica social na região de Canudos a partir da presença do Estado. Para isso traremos alguns momentos chave, como: a visita de Getúlio Vargas em 1940; o início das obras do Açude Cocorobó em 1951; as mudanças na obra do Açude, buscando entender que relação elas guardam quanto ao funcionamento Departamento Nacional de Obras Contra as Secas no sertão; a fase final de construção do açude e o como isso reestrutura aquela comunidade (de 1967 a 1969, em plena Ditadura Militar); a retomada da temática de Canudos e a sua entrada no espaço público em meio as mobilizações das CEB’s e a partir da proposta do Padre Enoque Oliveira de reler Belo Monte pelo prisma da teologia da libertação. Nessa proposta o elemento central é a construção e fortalecimento de uma abordagem temporal ampliada sobre o Sertão de Canudos, buscando trazer temas como: combate e convivência com a seca, a memória conselheirista, as contribuições da obra de Euclides da Cunha e a identidade sertaneja, extrapolando o debate clássico sobre a guerra e chegando ao século XXI.

Ministrante:
Anderson Henrique Ferreira Marinho - Mestrando em História, Política e Bens Culturais - FGV


Minicurso 2 - Sertões, gênero e representações     

Sinopse: No transitar do século XIX para o XX, o sertão permeou o pensamento social brasileiro no exercício de fabricar uma nacionalidade que consolidasse o Estado independente. As narrativas concebidas por essa cultura histórica nos colocam frente a um modo androcêntrico de produção de conhecimento, numa projeção da luz histórica que mal chegou a alumiar os femininos nas territorialidades sertanejas. Buscando corroborar outros entendimentos sobre os sertões que transcendam as narrativas sumariamente androcêntricas, propomos apontar caminhos teórico-metodológicos que possibilitem fomentar outras interpretações sobre as espacialidades sertanejas, na articulação com os conceitos de gênero e representações. Para assumirmos o sertão em sua polissemia e considerarmos as inúmeras bifurcações que podem ser seguidas nos caminhos percorridos rumo à uma história dos sertões, é basilar o exercício de ponderarmos sobre as redes discursivas construídas sobre um sertão pretensamente universal, contudo muitíssimo particular ao excluir tantos segmentos, de onde destacamos a supressão do feminino. Pretendemos, pois, traçar um itinerário que nos leve a compreender como o sertão foi construído como uma categoria fálica e abordar novas investidas das produções científicas que esmiúçam as relações gênero, mulheres, representações e sertanidades e, inclusive, vão além da premissa branca, portuguesa e luso-brasílica. Os enunciados que compõem este arquivo mutilado sobre os sertões precisam ser questionados pari passu ao movimento de evocar os corpos femininos ausentados dessa narrativa.

Ministrante:
Maria Alda Jana Dantas de Medeiros - Mestranda em História dos Sertões - UFRN 

 

Minicurso 3 - Caminhos que convergem, fronteiras que se sobrepõe: uma nova/velha história indígena nos sertões coloniais

Sinopse: Quando se intensificou a Guerra Bárbara contra os chamados bárbaros tapuias aproximadamente a partir das décadas finais do século XVII, os sertões (coloniais das capitanias do Norte) experimentaram uma intensa reconfiguração de seus territórios. Isto em função do contingente de militares e outros agentes que contratados pela Metrópole e particulares para combater esses ditos bárbaros, passaram a ocupar sazonalmente ou permanentemente territórios que forçosamente iam sendo por eles deixados. Nessas batalhas, diversos caminhos eram rotas de fuga de muitos grupos indígenas, enquanto outros iam sendo construídos em função de frenéticos deslocamentos. Nesse transitar muitos deles convergiam para espaços ainda não sondados por agentes da colonização. No encalço dos “fugitivos”, a empresa colonizadora ia avançando e solidificando redutos fortificados nos territórios antes ocupados por estes nativos e cada vez mais elastecendo suas fronteiras, sobrepondo-se às indígenas.  Assim, o presente Minicurso, objetiva discutir, grosso modo a história (através de bibliografia e documentos) e as intensas transumâncias desses nativos nos sertões coloniais, mais especificamente nos dos Cariris Novos, na capitania do Ceará, Piranhas e Piancó, na Paraíba e Seridó, Rio Grande do Norte. 

Ministrante:
Antonio José de Oliveira - Doutor em História - UFC e Professor da UFRN 


Minicurso 4 - Fronteiras de um diálogo: História das Ciências e História Social dos Sertões      

Sinopse: Neste minicurso, objetivamos abordar um subcampo da história das ciências para se realizar um diálogo com a história social dos sertões, a saber, a história das ideias científicas. Dividimos, então, esse momento em três partes: 1- abordaremos alguns elementos teóricos sobre a história das ideias científicas, buscando defini-la, e indicaremos caminhos de análise; 2 - olharemos para a figura do engenheiro, funcionário público da Inspetoria de Obras contra as Secas no Ceará, Thomaz Pompeu Sobrinho e a sua produção científica sobre os sertões; 3 - os alunos poderão fazer suas considerações, abrindo assim o debate sobre a referida temática. Essa estrutura nos possibilita realizar uma exposição dialógica, contribuindo assim significativamente para a compreensão da referida proposta pelo participante. Para isso, caminhamos a partir dos seguintes referenciais teóricos: “As fundações do pensamento político moderno” de Quentin Skinner e “Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora” de Bruno Latour.

Ministrante:
Assis Daniel Gomes - Doutor em História Social - UFC


Minicurso 5 - O rádio como ferramenta educacional nos Sertões do Seridó     

Sinopse: Dentre os principais objetivos do minicurso está: a) realizar diálogos sobre o  papel do rádio como ferramenta tecnológica educacional a partir da década de 1930; b)  Caracterizar o Movimento de Educação de Base (MEB) como meio educativo de propagação  da civilidade, da conscientização e da evangelização do homem e da mulher do sertão; c)  Utilizar fontes históricas para a análise documental das programações convertidas em aulas  radiadas que foram ao ar pela Emissora de Educação Rural de Caicó, como também  contextualizar a Emissora Rural e seus fins educativos na segunda metade do século XX no  sertão seridoense. Esse minicurso pretende tratar dos aspectos gerais característicos da  pedagogização através do rádio a partir da experiência do MEB Caicó, compreendendo a  acessibilidade ao alfabetismo e à educação em múltiplas esferas. Através das observações  realizadas na execução dos programas “Caminho da Libertação”, “Aprenda em sua casa”,  “MEB, Cultura e Alegria” e “Saúde Popular”, será possível realizar um diálogo sobre a proposta  do Movimento de Educação de Base, programas esses que foram ao ar através do rádio,  buscando as abordagens dos conceitos em evidência: conscientização, pedagogização,  sensibilidades, evangelização e educação sanitária.

Ministrantes:
Maria Dolores Araújo Vicente - Mestranda em História dos Sertões - UFRN
Juciene Raquel Siqueira de Lima - Licencianda em História - UFRN


Minicurso 6 - O saber experiencial na fabricação de mundos: a arte de moldar percursos a partir da literatura e do patrimônio   

Sinopse: A proposta do presente minicurso é discutir como o saber experiencial possibilita aos pesquisadores construírem percepções sobre os espaços. Espacialidade que abrange não apenas o seu plano concreto, aquilo que é palpável, edificado, arquitetado e se transforma aos olhos, mas também compreende a sua dimensão simbólica, imaterial, ritualizada, que é fruto dos desejos e de utopias. A experiência, já advogou Yu-Fu Tuan, é um termo que abrange diferentes maneiras pelos quais um indivíduo constrói e conhece a realidade. Dois temas serão centrais na articulação do curso que será voltado para os estudos patrimoniais e literários. No campo literário o debate da experiência será desenvolvido a partir da vida e obra do escritor Lima Barreto, em particular a atenção nos relatos que fez sobre a vida nos subúrbios ou aos “sertões” do Rio de Janeiro da Primeira República (1889-1930), categoria de análise que revela as ambiguidades de um outro geográfico e as fraturas do espaço da modernidade, assim como os conflitos do homem civilizado. No campo do patrimônio se investiga o processo de produção de objetos memoriais no sertão nordestino, no caso o tombamento do sítio histórico de Sobral-CE, reconhecido em 1999, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), por abrigar diversas espacialidades que registram um pouco do processo de desenvolvimento econômico do sertão.

Ministrantes:
Edcarlos da Silva Araujo - Mestrando em História e Espaços - UFRN
Thiago Venicius de Sousa Costa - Doutorando em História e Espaços - UFRN


Minicurso 7 - Trajetória dos quadrinhos no Rio Grande do Norte e suas representações sertanejas      

Sinopse: Este minicurso propõe apresentar a trajetória da produção quadrinística potiguar, sobretudo, no que diz respeito à criações independentes e/ou de grupos artísticos do Rio Grande do Norte. Constituído por dois códigos de signos gráficos, a imagem e o texto (CAGNIN, 2014, p. 35), os quadrinhos tem se tornado recorrentes no âmbito da pesquisa histórica e acadêmica, em especial, por se tratarem de uma fonte com modelo expressivo de mediação cultural, além de possuir, forte poder de persuasão (BERNADO, 2006). O momento de conhecimento encontra-se subdividido em dois períodos: no primeiro destaca-se a produção do Grupo de Pesquisa em História em Quadrinhos, da cidade de Natal, e no segundo, a do Grupo Pau-a-Pique, atual Associação Avoante de Cultura de Currais Novos. Ambos se constituíram como pioneiros no Estado, e seus quadrinhos traçaram desde a segunda metade do século passado, uma série de representações acerca do sertão nordestino, do sujeito sertanejo e de suas práticas culturais. Nesta perspectiva, se dará ênfase à aspectos relacionados aos quadrinhos, artistas e grupos potiguares, bem como, à revistas e narrativas com temáticas sertanejas.

Ministrante
Filipe Viana da Silva - Mestrando em História dos Sertões - UFRN


Minicurso 8 - Do cinema, à moda e ao meme: a produção de sentidos sobre os Sertões na contemporaneidade     

Sinopse: Esta proposta tem o objetivo de apresentar algumas formas como o sertão e os sujeitos ditos sertanejos são representados em três tipologias imagéticas: a fotografia, o cinema e os memes. Tendo como fio condutor que as imagens em seus variados suportes produzem discursos marcantes, a presente proposta pretende discutir os elementos que reverberam uma ideia sobre o sertão contemporâneo. Partindo também do pressuposto de que as imagens não são neutras, discutiremos como elas podem ser gestadas por um olhar externo e intrínseco ao seu tempo e espaço. Assim, a proposta organiza-se em três momentos: uma parte teórica para expor, em linhas gerais, a presença das imagens na produção de sentidos e significados sobre o sertão, fundamentada em autores como Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2018) para pensarmos os sertões contemporâneos. Na segunda parte, destacamos a elaboração de imagens do vaqueiro sertanejo a partir dos resultados preliminares de duas pesquisas que tomam os sertões como objeto de investigação, analisando uma coleção de moda e um filme brasileiro, Boi Neon (2015). Na terceira parte, ampliamos a discussão através da fonte digital – os memes, importante recurso para problematizar a construção de discursos sobre o sertão na contemporaneidade.

Ministrantes
Franciely de Medeiros - Mestranda em História dos Sertões - UFRN
Gleice Linhares de Azevedo - Mestranda em História dos Sertões - UFRN
Marcelino Gomes dos Santos - Mestrando em História dos Sertões - UFRN                          


Minicurso 9 - Multidão, saques e movimentos populares nas secas do Ceará (século XX)      

Sinopse: Este minicurso tem como objetivo apresentar percursos dos movimentos sociais no campo através dos saques e outras formas de ação da multidão nas secas do Ceará na segunda metade do século XX. A tradição de saques foi consolidada na década de 1950 como processo de constituição de um sujeito político que passou a se mobilizar em torno de demandas por comida, água, trabalho e assistência aos atingidos pela estiagem. A invasões a depósitos de alimentos (produto de um processo que transformou as cidades em lócus privilegiado das secas) tornaram-se elemento constituinte da cultura política dos subalternos, prontamente ativada como resposta à hesitação e/ou inércia do Estado diante do rompimento do frágil equilíbrio da economia tradicional, desencadeado pela crise climática. A presença da multidão – realizada por meio de aglomerações, passeatas da fome, manifestações “espontâneas” ou mobilização planejada – tornou-se a mais eficiente forma de pressão pela aplicação efetiva de medidas de proteção aos atingidos pela seca, dinâmica que os pobres do campo e da cidade aprenderam a manusear e as autoridades a respeitar e a tentar controlar.

Ministrantes:
Francisco Ruy Gondim Pereira - Doutorando em História Social - UFC e Professor da Seduc-CE  
Ladina Gildo do Nascimento - Mestranda do Mestrado Interdisciplinar em História e Letras - UECE


Minicurso 10 - “Quatro tiros, quatro mortes”: o conflito Alencar versus Sampaio por poder político no Sertão de Pernambuco na voz de Luiz Gonzaga, o “Rei do Baião”     

Sinopse: O presente minicurso tem como objetivo apresentar e discutir o resultado de uma pesquisa realizada de início em periódicos, e que depois se ampliou para outras fontes, sobre um conflito familiar entre os ‘Alencar’ tendo como adversários os ‘Sampaio’ na cidade de Exu, alto sertão pernambucano. Essa cidade foi onde nasceu, em dezembro de 1912, Luiz Gonzaga do Nascimento, filho de agricultores que moravam nas terras dos Alencar, essa ligação vai inserir, o ‘Rei do Baião’ no meio do conflito entre as duas poderosas famílias, como Gonzaga acompanhou essa refrega no decorrer de sua carreira artística será o cerne dessa proposta. A par disso, as músicas produzidas por Gonzaga e algumas fontes visuais serão analisadas como documentos e como suportes didáticos para o trabalho com a pesquisa e o ensino de História.

Ministrantes:
José Cunha Lima - Mestre em História - UFPB e Professor de História - Araruna-PB
Abrahão Francisco da Costa Filho - Mestrando em História - UFPB e Professor de História - Itapetim-PE


Minicurso 11 - A Inspetoria de Obras contra as Secas nos sertões cearenses: modernização, limpeza e saneamento na Primeira República   

Sinopse: Os sertões, e suas multiplicidades e pluralidades, são um tema que povoa o imaginário nacional e faz parte da própria história do Brasil. Com uma abrangência espacial e simbólica, estes espaços ganharam visibilidade durante a Primeira República e tornaram-se focos de projetos de modernização que buscavam superar o “atraso” que tanto incomodava parte da elite intelectual e política no país. Dentro desse contexto, importante papel teve a Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS) ao produzir o reconhecimento científico do espaço sertanejo. Criada em 1909, por meio do Decreto-Lei 7.619, a IOCS foi responsável por organizar um plano de combate que atenuasse os efeitos das secas que acometiam os sertões semiáridos. Considerando a atuação da Inspetoria, objetivamos neste minicurso abordar caminhos que possibilitem compreender como a sua inserção nos sertões cearenses esteve vinculada às ideias modernizadoras, de limpeza e de saneamento do contexto da Primeira República e, ao mesmo tempo, como ela representa as concepções que o corpo integrante de cientistas da IOCS tinha sobre esses espaços.

Ministrantes:
Leda Agnes Simões de Melo - Doutora em História Social - UERJ 
Janille Campos Maia - Doutoranda em História das Ciências e da Saúde-COC-Fiocruz 


Minicurso 12 - Enquadrando o sertão: representações e imaginário sertanejo nas histórias em quadrinhos    

Sinopse: Dentre as diversas práticas culturais, uma, em especial, será tomada como base para compreender a construção histórica de ideias e percepções sobre os sertões nordestinos: as histórias em quadrinhos (também conhecidas como HQs). Pretende-se neste minicurso analisar em que medida quadrinhos de diferentes tradições – nacionais e estrangeiras – conformaram determinadas representações e construíram um imaginário acerca dessa paisagem sociocultural brasileira específica. Para tanto, examinamos no minicurso um vasto número de autores e séries, de modo a compreender que as ideias de sertão(ões) que figuram nas histórias em quadrinhos. Ainda partimos de uma questão ou problema: se existem Sertões inventados nos e pelos quadrinhos estes precisam ser devidamente verificadas e explicitadas em seus aspectos históricos. Buscamos assim entender como as HQs participam da forma como a nossa imaginação é moldada, compreendendo por meio das representações construídas sobre os sertões, as diferentes maneiras pelas quais, a partir de determinadas condições históricas, uma dada realidade foi construída, pensada e oferecida.

Ministrante:
Márcio dos Santos Rodrigues - Doutorando em História - UFPA


Minicurso 14 - O sertão nordestino na Guerra Fria: um espaço no fluxo das relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos     

Sinopse: A presente proposta de minicurso tem por objetivo apresentar como o sertão nordestino se tornou uma das razões pelas quais as relações dos Estados Unidos com a América Latina e, mais especificamente, com o Brasil no contexto da Guerra Fria foram profundamente transformadas, uma vez que a região era examinada pela diplomacia estadunidense como propensa à emergência de convulsões sociais capazes de darem origem a levantes revolucionários. A presença das Ligas Camponesas, que arregimentavam trabalhadores do semiárido, sintetizava esta preocupação.  Por meio de documentos diplomáticos remetidos dos consulados brasileiros ao governo dos EUA, mostraremos a preocupação da potência quanto às possibilidades de o sertão nordestino se converter em espaço de efervescência política capaz de dar origem a um processo revolucionário, nos anos seguintes à Revolução Cubana em 1959 e de seu alinhamento à União Soviética. Aliado a isso, analisaremos como a história dos sertanejos nordestinos foi averiguada pela diplomacia estadunidense para fins de intervenção contra ideias inclinadas à narrativa ideológica soviética e contrárias ao ideário democrático liberal. A Aliança para o Progresso foi um destes instrumentos de intervenção, tendo buscado sanar problemas históricos de desigualdade que poderiam estimular movimentos organizados de trabalhadores pobres e, portanto, um dos objetos privilegiados pela nossa discussão.

Ministrante:
Pedro Carvalho Oliveira - Doutor em História - UEM e Professor da UEM 

 

Minicurso 15 - O genocídio indígena na “fundação” do Ceará colonial (séculos XVII e XVIII)    

Sinopse: Este minicurso fora pensado a partir de nossa tese de doutoramento em história pela Universidade Federal Fluminense (UFF), cujo título é A construção do Ceará e dos cearenses no transcorrer do século XVIII, apresentada em novembro de 2020. Pretendemos socializar em nosso minicurso um apanhado geral da colonização luso-brasileira dos sertões do Ceará Grande dos séculos XVII e XVIII, sua conexão com as guerras coloniais (Insurreição Pernambucana, Guerra dos Bárbaros etc.) e a conquista e assimilação das terras e dos povos nativos daqueles sertões pela “civilização” luso-brasileira. Também apresentaremos as políticas portuguesas destinadas à assimilação (“abrasileiramento”) de tais povos, assim como a inserção dos mesmos (seja como escravos, colonos, ou agregados) nas fazendas e currais que surgiam no espaço geográfico que daria origem a Província do Ceará Grande. Demonstraremos que o território nativo e suas tribos foram “devassadas” e conquistadas para que suas terras pudessem ser ocupadas pela pecuária, pela agricultura de subsistência e pelos engenhos de açúcar. “Devassar” as terras do Ceará, ou “limpá-las” da presença indígena, introduzindo-as na “civilização luso-brasileira” teria se dado com a prática de um verdadeiro genocídio dos povos nativos. Mas – como demonstraremos – nem todos os povos nativos dos “sertões selvagens” do Ceará colonial teriam sido exterminados. Depois do esmagamento da resistência indígena, os sobreviventes daqueles povos seriam “cristianizados”, “abrasileirados” e “civilizados” em missões e aldeias distribuídas pelos sertões do Ceará, Piauí e Maranhão. Depois do governo Pombalino (1750-1777), estas missões seriam transformadas em Vilas de índios, e os povos ali reunidos seriam lentamente “invisibilizados”, “reeducados” e assimilados pela “civilização colonial”. Seus descendentes iriam se mesclar com a população colonial a sua volta, dando origem ao tipo humano pardo – ou caboclos - de nossa população.

Ministrante
Raimundo Alves de Araújo – Doutor em História - UFF


Minicurso 16 - O Sertão e os best-sellers proibidos: leituras e leitores de livros de magia, almanaques e breviários em Juazeiro do Norte, Ceará     

Sinopse: A proposta desse minicurso consiste em discutir as histórias dos livros e das práticas de leitura de algumas obras que compõe a enorme “biblioteca do sertanejo”: um conjunto de referências que misturam livros católicos, almanaques astrológicos, livros de magia, cordéis e uma variedade de produções que são lidas, ouvidas e performadas na construção de um cotidiano “encantado” e profundo. Serão apresentadas aos participantes do minicurso a experiência história e as práticas de leitura que envolvem três obras, com três campos de atuação bem distintos, mas que encontram caminhos de intersecção em várias práticas religiosas e “profanas”: os livros de São Cipriano, o Almanaque “O Juízo do Ano” e o breviário “Missão Abreviada”. Essas obras, analisadas individualmente e em conjunto, revelam importantes experiências sociais que não obedecem propriamente uma ordem seja religiosa ou política. Elas estão no campo da fronteira e da disputa, do perigo e do acolhimento. Se aventurar por essas páginas é como folhear o “livro de areia” de Borges, sem começo nem fim. 

Ministrante:
Roberto Viana de Oliveira Filho - Doutorando em História - UFC  


Minicurso 17 - Interseções entre História e Antropologia: categorias, métodos e  usos das fontes nas pesquisas com populações indígenas habitantes no Sertão de Alagoas     

Sinopse: Esse minicurso pretende destacar as interseções entre História e Antropologia, no  que diz respeito aos usos de categorias, métodos e fontes nas pesquisas sobre a população  indígena habitante no Sertão de Alagoas. Pretendemos, a partir da utilização de recursos  audiovisuais, dos relatos de experiências no campo de pesquisa e da leitura de obras que  compõem as literaturas histórica e antropológica, convidar os cursistas a realizarem uma  reflexão sobre como o entrelaçar das referências da História Cultural e da Antropologia,  assim como os seus respectivos conceitos e métodos, podem servir de orientação teórico metodológica para a construção de um saber histórico sobre as sociedades e as culturas  indígenas no Sertão de Alagoas. Vale destacar que Sertão, Semiárido e Caatinga são  classificações territoriais que se relacionam intimamente (CRUZ, 2018), sendo, ainda,  palcos da experiência histórica de reterritorialização e reelaboração sociocultural das  populações indígenas que, em diferentes períodos, protagonizaram distintas formas de  resistências. Dessa maneira, temos como objetivo demonstrar como os conceitos antropológicos de cultura (GEERTZ, 1989; LARAIA, 2001), alteridade (ARRUTI, 1995;  2004) e etnogênese (OLIVEIRA FILHO, 1998; 2004), assim como representação (CHARTIER, 2002), memória e identidade (CANDAU, 2016; HALBWACHS, 2003; LE  GOFF, 1990; POLLAK, 1989; 1992), podem ser empregados para desenvolver pesquisas  sobre a história dos povos indígenas, suas construções e significações simbólicas,  sobretudo a reelaboração de suas respectivas culturas e identidades. Pretendemos, ainda,  destacar que tanto a etnografia quanto a história oral são métodos importantes para a  investigação das histórias e experiências de vida dos indígenas ao longo do tempo e nas  espacialidades do Sertão de Alagoas. 

Ministrante:
Lucas Emanoel Soares Gueiros - Doutorando em História - UFRPE  


Minicurso 18 - História Ambiental e os dilatados Sertões do Norte nos séculos XVIII e XIX     

Sinopse: Nos séculos XVIII e XIX os sertões do Brasil estiveram em disputa, principalmente em relação às  relações com o mundo natural. Essa era uma questão crucial às tramas e negociações a envolver os projetos seja da Coroa portuguesa ou da Corte do Império brasileiro no Rio de Janeiro e as  particularidades do território dos sertões, com sua grande diversidade de povos e de seus outros  traços biofísicos. Nesse âmbito, para além de mero cenário estático para a ação dos indivíduos,  buscamos compreender o chamado mundo natural como um aspecto fundamental nos embates em  torno projeto colonial como na construção do Império brasileiro. O nosso objetivo neste minicurso, então, é propor uma abordagem que lance mão de metodologias da história ambiental, história  política e da história da cartografia com o fito de refletir sobre os sentidos dos vastos sertões do  Norte durante os séculos XVIII e XIX, envolvendo áreas com traços biofísicos bastante  particulares, como zonas correspondentes hoje aos biomas de Caatinga e da Amazônia. Para isso,  analisaremos fontes como as correspondências dos capitães-mores e ouvidores de capitanias do  Norte, mapas, relatórios de presidente de província e anais parlamentares.

Ministrantes:
Antonio José Alves de Oliveira - Doutorado em História - UFSC 
Gabriel Pereira de Oliveira - Doutor em História Social - UFRJ e Professor do IFRN 
Weslley Oliveira Kettle - Doutor em História Social - UFRJ e Professor da UFPA

 
Minicurso 19 - Por uma “geografia” discursiva: o “sertão” em textos do cotidiano    

Sinopse: Situados no Grupo de Estudos em Linguística Aplicada em Questões do Sertão Alagoano (GELASAL), grupo de pesquisa nascido no curso de licenciatura em Letras (UFAL-Campus do Sertão), temos, ao longo dos últimos oito anos, como o grande mote de estudos a problematização da construção linguístico-discursiva da noção de sertão, e, em relação endógena, ou sinonímica, da noção de Nordeste e de semiárido (ALBUQUERQUER JR., 2011; 2019). Essas reflexões já geraram diretamente trabalhos de conclusão de curso, artigos acadêmicos e capítulos de livros, frutos de projetos de pesquisa filiados ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) desde o ciclo 2014-2015, e, em continuidade, projetos de mestrado, a exemplo do estudo de Hugo Pedro Silva dos Santos, em desenvolvimento. Desse panorama de discussões, propomos um minicurso que vise refletir, problematizar e compreender estudos em Linguística Aplicada, área indisciplinar e situada no paradigma epistemológico interpretativista, que tomem como objeto de pesquisa práticas discursivas que tenham como “objeto de discurso” o “sertão”, o Nordeste, o semiárido, sejam outdoors (OLIVEIRA, 2016), notícias impressas (NASCIMENTO, 2018), vídeos pessoais postados em redes sociais (SANTOS, 2019), reportagens impressas e televisivas (DANTAS, 2018; 2020; CAVALCANTI, 2020), outdoors e folders (SANTOS, 2020), manchetes e manchetinhas (SANTOS e SANTOS FILHO, 2020), reportagens televisivas (SANTOS, 2021), unidade didática (LIMA, 2020) ou verbetes de dicionários (BARBOSA, 2015) – “textos do cotidiano” – de modo a compreender normatividades, (práticas discursivas hegemônicas que intentam manter a ideia de sertão como terras secas, inóspitas) e ou ressimbolizações (práticas discursivas que refratam a noção de sertão a partir da perspectiva da convivência (SHISTECK, 2017)) sobre e para essa “territorialidade”. O foco do minicurso é apresentar e discutir o arcabouço teórico dos estudos linguísticos em Linguística Aplicada (MOITA LOPES; 2006; 2013) e o processo metodológico, que se configura como uma leitura enunciativo-discursiva, numa espécie de “etnolinguística da fala viva” (BAKHTIN, 2004).

Ministrantes:
Hugo Pedro Silva dos Santos
- Mestrando em Linguística Aplicada - UFRN

Ismar Inácio dos Santos Filho - Doutor em Letras - UFPE e Professor da UFAL - Campus Sertão


Minicurso 20 - O Arquivo Histórico Ultramarino e a pesquisa sobre os sertões: possibilidades analíticas acerca dos povos indígenas das Capitanias do Norte    

Sinopse: O presente minicurso objetiva apontar possíveis temáticas de pesquisa sobre os índios que estavam situados nos sertões das Capitanias do Norte da América portuguesa através da documentação do Arquivo Histórico Ultramarino (AHU) de Lisboa. Esta documentação se encontra disponibilizada on-line no site da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Dentre os principais temas que o acervo apresenta em relação às populações indígenas que viviam nos sertões, destaca-se a administração das aldeias indígenas; a chamada Guerra dos Bárbaros; a atuação dos índios no Terço dos Paulistas; questões ligadas à terra e ao trabalho; as ações dos missionários jesuítas; além das relações desenvolvidas após a vigência do Diretório Pombalino. Nesse sentido, é intenção do minicurso reforçar a potencialidade do AHU no que diz respeito aos documentos que apresentem os índios que viviam nos sertões como parte ativa na construção da sociedade colonial. Desta forma, procura-se refletir acerca da relação entre a Etnohistória e a análise dos documentos produzidos durante o período colonial nas Capitanias do Norte da América portuguesa, apontando a importância histórica dessa documentação em uma oficina de transcrição documental, na qual serão destacadas técnicas paleográficas, a fim de estimular o levantamento de problemáticas que viabilizem a instrumentalização da Etnohistória, bem como suas possibilidades e limitações.

Ministrantes:
Ristephany Kelly da Silva Leite - Mestra em História - UFRN
Victor André Costa da Silva - Doutorando em História - UNICAMP


Minicurso 21 - Religiosidade e política indigenista no sertão: conciliação entre selvagens e civilizados no Piauí do século XIX

Sinopse: A proposta deste minicurso visa ampliar a compreensão do sertão enquanto “lugar” protagonista no processo de atuação das políticas indigenistas e da religião católica na vida dos grupos étnicos no Piauhy para além da justificativa “fé”, como forma de conciliação social entre indígenas e “civilizados”. Para tal, abordaremos a ideia territorial dos aldeamentos e como foram aplicadas essas tentativas no sertão, apontando, dessa forma, a função social das temáticas do processo de catequização, das formas de trabalho e troca de favores através da relação política/religiosa, do casamento de indígenas e escravos, assim como do concubinato de senhores de escravos com indígenas. No presente minicurso, também buscaremos analisar as formas de culto e matrimônios entre grupos étnicos no sertão adentro a partir de suas interações.

Ministrantes:
Jéssica Élis de Sousa Silva - Mestranda em História Social 
- UFBA
José Lins Duarte - Mestre em História - UFPI e Professor da UFPI


Minicurso 22 - Múltiplos discursos sobre o Banditismo no Sertão: fontes, métodos, experiências e possibilidades de pesquisa    

Sinopse: O banditismo rural que assolou a região que hoje chamamos de Nordeste do Brasil entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX teve em suas fases muitos expoentes, como o banditismo de honra, de vingança e o banditismo como meio de vida. No Ceará, a discussão sobre o fenômeno estampou os jornais e foi tema de escritas de várias obras literárias ao longo do tempo, fazendo-se presente na construção de memórias individuais e coletivas. Ante o exposto, este minicurso tem por objetivo discutir algumas fontes, metodologias e possibilidades de pesquisas voltadas para o banditismo no sertão. Dedicamos especial atenção para três fontes e as múltiplas possibilidades de se trabalhar com elas: o discurso literário, a partir das obras O Cabeleira (1876) e Os Brilhantes (1895), de Franklin Távora e Rodolfo Teófilo, respectivamente; o discurso da imprensa cearense do início do século XX, através dos jornais O Sitiá, A Imprensa, A Esquerda, O Povo, dentre outros; e a memória, enfatizando a passagem de Lampião em Limoeiro do Norte em 1927, através dos discursos memorialísticos presentes em livros e na oralidade. 

Ministrantes:
Benedito Renan Bezerra de Brito - Licenciando em História - UECE
Erika Gonçalves de Mendonça - Mestra Interdisciplinar em Letras e História - UECE e Professora da Rede Pública Municipal - Mombaça-CE
Francisco Wilton Moreira dos Santos -  Doutorando em História - UFRRJ


Minicurso 23 - As secas, flagelados e suas “moléstias”: uma história social das estiagens  e doenças nos sertões nordestinos ( 1854-1932)      

Sinopse: Este minicurso propõe capacitar em pesquisa socioantropológica e historiográfica acerca das doenças infecciosas e períodos de secas que ocorreram entre segunda metade do século XIX até metade do século XX nos sertões do “Norte” brasileiro, atualmente semiárido nordestino. Através desse recorte temporal e local, o MC toma por base investir na produção  de pesquisas, levantamento e análise de fontes (documentos do Estado, relatórios de assembleias legislativas, censos, noticias de jornal até livros de memória de engenheiros, médicos, políticos) que remetem aos seguintes eventos: 1) o surto de Cholera Morbus e e as secas em Pernambuco (1854): 2) A " bexiga" da seca de 1877: proliferação da varíola no Ceará 3) As obras do DNOCS, a febre tifóide no Alto Piranhas e a seca de 1932 na Paraíba.  Nessa proposta o MC busca contribuir para uma agenda de pesquisa com proposta de história social dos dramáticos processos que acompanharam ondas de doenças durante os anos de “grandes secas” nos sertões nordestinos.

Ministrantes:
Valdênio Meneses - Doutor em Ciências Sociais - UFRRJ e Professor da UFCG   
Aldo Manoel Branquinho Nunes - Doutor em Ciências Sociais - UFCG 


Minicurso 24 - Matula no sertão: a trajetória do Coronel Percy Fawcett no Brasil (1906-1951)     

Sinopse: O objetivo do minicurso "Matula no Sertão: a trajetória do Coronel Percy Fawcett no Brasil (1906-1951)" é apresentar uma abordagem histórica da atuação desse explorador inglês em território brasileiro a partir da análise crítica de seus diários de viagem, correspondências, relatórios e mapas. Fawcett veio para a América do Sul pela primeira vez em 1906 a convite da Royal Geographical Society, da qual era membro, para se juntar à chamada “Comissão Mixta” (sic) de mapeamento da fronteira entre Brasil e Bolívia. Começaremos abordando essas primeiras expedições de demarcação de limites realizadas entre 1906-1914 e, em seguida, vamos nos debruçar sobre as expedições de 1920 a 1925, que foram motivadas pelo anseio de Fawcett de encontrar uma cidade perdida remanescente da Atlântida no interior do estado do Mato Grosso – onde ele foi visto com vida pela última vez. Concluiremos discutindo as expedições de busca e resgate que perduraram até 1951, quando os irmãos Villas-Bôas acreditaram que tinham localizado a ossada de Fawcett. As temáticas que serão abordadas incluem: imperialismo britânico, demarcação de fronteiras, Ciclo da Borracha, racismo científico, viajantes e diários de viagem, a Comissão Rondon, os sertanistas, entre outras.

Ministrante
Deborah Lavorato Leme - Mestranda em História Social - USP 


Minicurso 25 - Da quatriação ao assalariamento: a trajetória do vaqueiro nos sertões nordestinos       

Sinopse: No processo de ocupação dos sertões nordestinos, quando da interiorização das boiadas, a partir do século dezoito, a figura do vaqueiro foi significativa em valor, uma vez que, em decorrência do absenteísmo patronal, era-lhe confiada a administração da fazenda (tendo sob suas ordens os fábricas) e o cuidado da boiada. O pagamento pelo sistema de quatriação (a cada quatro animais nascidos, um pertenceria ao vaqueiro) e o contar com a “sorte” (número maior de fêmeas nascidas) fazia o vaqueiro desejar o experimento de ascensão social, passando a ser fazendeiro, a partir do possuir seu próprio rebanho e ocupar terras pertencentes ao Estado. Todavia, com advento da industrialização e, com ela, a prática da cotonicultura, o patrão passa a habitar na fazenda e implanta relações capitalistas de trabalho, impondo o assalariamento. Tal fato faz com que o vaqueiro perca sua possibilidade de ascender socialmente, visto que se torna um trabalhador assalariado. Quais implicações decorrem dessa mudança na relação fazendeiro e vaqueiro? Estaria nesse término de uma economia moral e implante de uma capitalista o motivo para vaqueiros adentrarem a movimentos rurais, dentre eles, o cangaço? Responder a estes e outros questionamentos relacionados à figura do vaqueiro sertanejo nordestino é a proposta deste minicurso. 

Ministrantes:
José Ferreira Júnior - Doutor em Ciências - UFCG e Professor - FAFOPST
Janaina Freire dos Santos - Doutora em Ciências Sociais - UFCG e Professora - IAUPE

 

Orientações para inscrição nos minicursos

Importante: Cada inscrição (de ouvinte ou apresentador(a) de trabalho) dá direito à participação em 01 (um) minicurso. É necessário, pois, antes de fazer a inscrição no minicurso, ter feito a inscrição geral no evento (como ouvinte ou apresentador de trabalho). 

A inscrição no minicurso é feita pelo link https://doity.com.br/sehis/inscricao, conforme instruções abaixo:

1 - Abrindo o link, role a página até a parte inferior, onde encontrará uma caixa com o seguinte texto: Inscrição em atividade. Caso já tenha feito sua inscrição no evento e deseja se inscrever apenas em alguma atividade, clique aqui. Clique onde se pede.

2 - O sistema irá pedir o seu número de inscrição para buscar os minicursos disponíveis.

3 - Caso você não lembre do seu número de inscrição, procure, em seu e-mail, uma correspondência com a informação. Caso queira, também poderá solicitar, novamente, o seu número de inscrição. No mesmo link do site, procure uma parte onde encontra-se o texto (*) Já se inscreveu? Clique aqui para solicitar 2ª via do boleto ou comprovante de inscrição. Clique onde se pede, escolha a opção 2ª via do voucher, digite seu e-mail (o mesmo com o qual você fez a inscrição) e clique em Continuar. O seu número de inscrição será enviado para o e-mail. 

4 - De posse do número de inscrição, volte ao ponto 2, copie e cole ele na caixa e escolha Buscar. Aparecerão os minicursos com vagas disponíveis. Basta escolher e finalizar a inscrição