Este Grupo de trabalho propõe reunir investigações que tomam os arquivos escolares como fontes privilegiadas para a escrita da História da Educação, especialmente no que se refere à formação docente em contextos locais, rurais, periféricos, de fronteira e/ou marcados por processos migratórios e étnico-culturais. Interessa-nos compreender como os registros escolares — tais como livros de ponto, diários de classe, atas, fichas individuais, regimentos, planos de ensino e legislações municipais — produzem narrativas sobre o trabalho docente, os currículos vividos, as relações de poder e as culturas pedagógicas que operam dentro e fora da sala de aula.
O GT acolhe pesquisas que, a partir de abordagens historiográficas (História Cultural, micro-história, História Local e História das Instituições Escolares), problematizam as relações entre documento e memória, política e cotidiano, formação e desigualdade, incluindo os efeitos de contextos de imigração sobre as práticas escolares, o bilinguismo, as adaptações curriculares e os modos específicos de escolarização e profissionalização docente. São igualmente bem-vindas experiências que envolvam arquivos escolares como espaços de resistência e preservação, especialmente nas redes municipais e nas escolas com identidade cultural específica. Neste sentido, busca-se fomentar o debate sobre a formação docente como prática histórica situada, cujos vestígios permanecem inscritos em acervos escolares que resistem ao apagamento e convidam à escuta crítica, plural e interdisciplinar.