GT - Desenho Universal para Aprendizagem: formação de professores, práticas pedagógicas e acessibilidade
O Desenho Universal para Aprendizagem (DUA) constitui-se como um campo de conhecimento teórico e prático de considerações para a implementação de uma proposta educativa que valoriza a singularidade de cada contexto e equipara as oportunidades ao fornecer múltiplas possibilidades para aprendizagem. O DUA remonta do final da última década do século passado e tem como origem o campo da Arquitetura, através do Desenho Universal. Para o contexto da educação, seu conceito é expandido, fundamentando-se em pesquisas científicas sobre a aprendizagem. Também, apoia-se em princípios da Neurociência Cognitiva. O DUA compreende três grandes princípios, que buscam planejar múltiplos modos para aprendizagem desde o engajamento, a representação e até a expressão e ação, respectivamente. As diretrizes do DUA são dinâmicas e desenvolvidas continuamente, tendo sido adotadas pela primeira vez em 2008 (versão 1.0). Em 2011, a versão 2.0 apresentou inúmeras mudanças estruturais e de conteúdo, sendo elaborado um texto completo descrevendo de forma mais ampla o pensamento que fundamenta sua estrutura, bem como ajustes na redação dos pontos de verificação (atualmente, descritos como considerações, recomendações) que refletisse na precisão do significado pretendido. A versão 2.1 foi publicada em 2014, com atualizações estruturais realizadas no organizador gráfico. No ano de 2018, a versão 2.2 foi apresentada como parte do lançamento do site das diretrizes DUA do Center for Tecnologia Especial Aplicada. Em 2020, iniciou-se um processo de atualização e seu resultado foi publicado em 2024 (versão 3.0), orientada por iterações anteriores e amplia a abordagem no que concerne as barreiras instauradas em preconceitos e modos de exclusão e de forma intencional abrange profissionais e estudiosos que não tenham sido reconhecidos em versões anteriores. No cerne da aplicabilidade do DUA no Brasil, recentemente, foi conduzida uma pesquisa por Sebastián-Heredero, Prais e Vitaliano, sendo publicada no ano de 2022, que analisou as produções científicas brasileiras oriundas de teses, dissertações, artigos publicados em periódicos, livros e capítulos sobre a temática DUA. A referida pesquisa teve como objetivo mapear os indicadores de produção como referencial básico a partir de 2001, sendo utilizada uma revisão bibliométrica realizada em junho de 2021, que selecionou produções científicas indexadas no Catálogo de Teses e Dissertações e Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Os resultados revelaram que é um assunto considerado novo no país, com início em 2005, e a sua produção científica é significativa, sendo a maioria de artigos publicada em periódicos, embora ainda com pouco material de divulgação, porém com um incremento importante nos últimos anos. Na produção de dissertações e teses, destaca-se que desde 2016 tem progredido em grande maneira a produção sobre o DUA, o que indica imersão dos pesquisadores sobre a temática como abordagem curricular para a educação inclusiva, sendo que as produções em relação às “práticas pedagógicas”compõem praticamente a grande maioria dos trabalhos e na sequência, as categorias “acessibilidade” e “formação de professores”, respectivamente. À vista disso, este Grupo de Trabalho (GT) busca reunir experiências de ensino, pesquisa e extensão que demonstrem as potencialidades e os desafios do DUA em contextos da prática pedagógica na educação básica e superior; da formação inicial, continuada e em exercício de professores; e, do planejamento e implementação de artefatos, produtos e processos educacionais acessíveis.