JUSTIFICATIVA
JUSTIFICATIVA
A ausência de tratamento curricular adequado sobre o estudo dos fenômenos religiosos propiciou, além de outros fatores, a criação de um terreno fértil à difusão de preconceitos, discriminações e violências de cunho religioso. Com a promulgação da LDBEN/1996, o ER passou a integrar a formação básica do cidadão, com o objetivo de assegurar o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.
Somente em 2017, com a BNCC, o país passou a ter uma diretriz curricular para este componente e, em 2018, uma DCNDiretriz Curricular Nacional para o curso de Licenciatura em Ciências da Religião (Res. CNE/CP nº 5/2018). Nesta resolução, as competências previstas à formação docente para o ER prevêm: apropriação dos elementos constituintes das diferentes tradições/movimentos religiosos e filosofias de vida, a partir de pressupostos científicos, estéticos e éticos; conhecimento das manifestações religiosas e filosofias de vida em diferentes tempos, espaços e territórios; capacidade de análise das relações entre as tradições/movimentos religiosos e os campos da cultura, arte, política, economia, saúde, sexualidade, ciência, tecnologias, mídias e meio ambiente para construir leituras críticas de mundo no exercício da cidadania; desenvolvimento de práticas pedagógicas fundamentadas na interculturalidade e na ética da alteridade; reconhecimento da diversidade de crenças, pensamentos, convicções, modos de ser e viver; posicionamento frente aos discursos e práticas de intolerância, discriminação e violência de cunho religioso, de modo a assegurar os direitos humanos no exercício da cidadania e cultura de paz e; capacidade de propor a resolução de problemáticas com base nos conhecimentos da área.
Sendo o SEFOPER um dos principais eventos de formação de professores para o ER, consideramos oportuno problematizar e refletir sobre que docentes uma educação inclusiva, democrática e cidadã requer.
A programação prevê mesas temáticas que tratam dos conceitos centrais definidos para o evento, tais como o direito à educação, formação docente, currículo, diversidade religiosa, concepções e práticas de ensino religioso, metodologias, elementos centrais à docência na educação básica.
Por meio de grupos de trabalho, os pesquisadores, educadores, estudantes e demais profissionais da educação ou áreas afins, poderão submeter comunicações de trabalhos, pesquisas, estudos e práticas pedagógicas inovadoras, inclusivas e significativas para compreender situações, problemas ou fenômenos associados ao tema do SEFOPER.
Neste sentido, o evento oferecerá oficinas pedagógicas e rodas de diálogo, com o objetivo de auxiliar estudantes e professores na apropriação e desenvolvimento de conceitos, habilidades e competências necessárias para, dialogicamente, abordarem temáticas específicas da Ciências da Religião e do Ensino Religioso, ou que requerem urgência do ponto de vista acadêmico e social, como a questão da educação antirracista, das questões de gênero, do meio ambiente, do proselitismo religioso, do uso político da religião, da inclusão, das tecnologias educacionais, dentre outros.
Por se tratar de um evento nacional, que tradicionalmente congrega pessoas das diferentes regiões do país, os intercâmbios culturais fortalecem e mobilizam os participantes a voltarem para os seus locais de atuação instrumentalizados e motivados para transformar as suas concepções, imaginários e práticas pedagógicas, tornando-as mais inclusivas, significativas e inovadoras.
Além do mais, cientes de que é necessário articulação e mobilização junto às inúmeras instâncias educacionais e órgãos fiscalizadores de modo que o ER, em perspectiva não confessional, possa cumprir sua função de contribuir com uma formação humana, crítica e cidadã.
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