Celebramos este ano o centenário do experimento de Arthur Compton, que conferiu aos quanta de energia de Planck, Einstein e Bohr o status de genuína partícula elementar. A Mecânica Quântica que se instaura com os trabalhos de Heisenberg e Dirac, em 1925, está diante das três primeiras partículas subatômicas conhecidas à época: o elétron, o próton e o nascente fóton. A proposta desta contribuição é, a partir desta conjuntura, descrever como o fóton foi-se incorporando aos avanços da Mecânica Quântica, da Teoria Quântica de Campos e, finalmente, como o fóton é compreendido nas transições de fase primordiais no âmbito do Modelo-Padrão das Interações Fundamentais e Partículas Elementares (MP). Chamaremos atenção para o espalhamento fóton-fóton, previsto em 1933 – o chamado espalhamento de Delbrûck – e medido diretamente em 2017, na Colaboração ATLAS do LHC, e o processo Breit – Wheeler, previsto em 1934 e ainda não detectado. Propõe-se também localizar o fóton nos recentes modelos que investigam nova física além do MP, apresentando limites recentes para a massa do fóton e o que poderíamos chamar de “fótons pós-modernos”: parafótons, “dark photons”, fótons duais e fotinos. Finalmente, será apresentado o Efeito Primakoff, no qual o fóton, em presença de um campo magnético externo, pode assumir o disfarce de áxion e atravessar regiões que a ele, fóton, seriam proibidas; atravessando-as, “tira a fantasia de áxion”. Em conclusão, que outros desafios/disfarces o centenário fóton ainda nos reserva com a disponibilização dos Peta- e Exa-LASERs?

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