Mesa redonda 3: Performance, teatralidade e espaços para a realização da obra. ID da Reunião: 980 4845 8605

Mediação: Márcia Carvalho

 

Achille Picchi

A canção de câmera e a teatralidade

Aqui vai se tratar da teatralidade adstrita à canção de câmera, meu objeto de pesquisa, sob dois principais aspectos: o interno enquanto constituição ontológica e o externo enquanto execução pública. Basicamente a canção de câmera que aqui se designa é definida como uma linha vocal junto a um texto poético, seja poesia seja prosa, e um piano, formando uma totalidade indissolúvel e indissociável, a não ser, como é claro, para estudo e reflexão. Quanto ao locus da canção de câmera enquanto produção musical ocidental.  A canção de câmera brasileira não teve sorte diferente de todas as demais do mundo, sendo verificável, também, seu obvio declínio. Mas pode-se dizer que aqui cabe um diferencial: a canção popular, ou assim chamada. E cito ainda uma vez: “nossa riqueza e diversidade nesse campo, sendo extensa, nos envolve no sentido de, ao menos, termos uma “vivência” aural mais afeita à voz “acompanhada” (PICCHI, 2019, p.135), estágios sistemáticos do texto-música e da vocalidade. Mas ela vem exigindo, histórica e tecnicamente, de alguns recursos que lhe seriam indispensáveis, como por exemplo, uma rítmica constante, uma “base” rítmica, assim como uma simplicidade (ou simplificação, diríamos) harmônica geral pois, do ponto de vista do entendimento, isso diminuiria a distância de entendimento e privilegiaria o essencial: a letra.

 

Cássia Navas

Entre-experiências dramatúrgicas: culturas corporal, da dança e coreográfica


Com  foco na performatividade como experiência, parte-se da trilogia “cultura corporal, da dança e coreográfica”, apontando-se três possíveis reticulados entre dramaturgia sonoro- musical e dramaturgia em dança, esta última encarada como o efêmero que se estabelece entre “movimento e setting de seu  acontecimento”, “bailarino e público”, “palco e plateia”.

 

Rômulo Vieira da Silva 

Rimas Conectadas: um olhar para as batalhas de MCs e para as performances do Rap brasileiro na cultura digital

Após três décadas de formação, como o RAP brasileiro se configura no final dos anos 2010? Quais são as práticas, os espaços e os traços fundamentais a esse gênero musical cada vez mais popular no Brasil? Com base na discussão sobre as performances de dois MCs na edição 189 da Batalha do Tanque, um dos principais eventos de RAP improvisado do Brasil, discutimos o desenvolvimento das batalhas de rimas em associação ao YouTube para pensar os deslocamentos nas performances e nas socioespacialidades do RAP brasileiro dos anos 2010.

 

Maria João Serrão

O Experimental na voz e no teatro-música

Esta minha intervenção resulta das experiências múltiplas que vivi e da sua aplicação nas minhas funções artísticas e pedagógicas. Iniciando o meu percurso na àrea do canto clássico o caminho levou-me até ao contemporâneo; do concerto levou-me à performance e ao teatro- música; da animação musical para crianças levou-me ao ensino plurifacetado da voz, da música e da teatralidade de jovens em formação e de atores profissionais. Prática e teoria foram as componentes essenciais desta caminhada enriquecida pelo contributo de especialistas de inestimável valor ao longo das várias àreas que percorri, por ex., Jorge Peixinho, José Lopes e Silva, Maurício Kagel, Pierre-Albert Castanet, Georges Aperghis, a quem me referirei nesta comunicação.

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