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Considerando a faceta de produtor cultural de Gilberto Mendes, os convidados desta mesa-redonda tratarão das oportunidades que os festivais e eventos artísticos voltados à música oferecem, para a divulgação e legitimação do signo novo; tais empreendimentos também passam por entraves, que incluem desafios, disputas de espaço, posicionamento político.

 

Moderação: Profa. Dra. Carla Delgado de Souza

 

Gilberto Mendes: um compositor transmoderno

Roberto Gomes Martins

Gilberto Mendes é um caso único na música brasileira de invenção. Jamais abandonou e deixou de considerar as formas, os gêneros, a escrita - da Idade Média aos nossos dias. Com muita descontração, ao mesmo tempo, em obras insólitas, ressaltou o que ele considerava "musical" na interface com as artes que mais lhe interessavam: a arquitetura, a pintura, a dança, o teatro, o cinema. Por isso, não espanta confrontar Ponteio , a abertura da ópera "Issa , o "Concerto para piano e orquestra"- por um lado ; por outro a "Opera aberta", "Atualidades: Kreutzer 70",  "O último tango em Vila Parisi" e tantos outros. O Madrigal Ars Viva foi um constante colaborador dos experimentos gibertianos. Espetáculos inteiros envolvendo inúmeros objetos, representações, fitas pré-gravadas com textos, acontecimentos insólitos...Todos esses espetáculos estrearam em algum Festival Música Nova, exceto o Beijo de Klimt, na 18° Bienal Internacional de São Paulo comigo e com o Gil Nuno Vaz, inventamos Grafito, que me rendeu um trabalhão. Tive de aprender muito a respeito de soluções de execução e direção de espetáculo!  Com Gilberto Mendes, há muito que aprender, principalmente no que diz respeito à  dessacralizacão da arte.

 

Experiências vividas na música nova de Gilberto Mendes

Maria Lúcia Pascoal

O tema desta exposição é o relato de várias experiências com aspectos da música e as ideias do compositor Gilberto Mendes, vividas pela autora, que datam desde a década de sessenta, quando era uma estudante de música, até a comemoração do cinquentenário do manifesto ‘música nova’ em 2013. Apresenta também uma utilização da música contemporânea no ensino musical e toma por base bibliografia, programas de concertos, reportagens e fotografias, entre outros. Espera poder contribuir para a divulgação da música de Gilberto Mendes.    

 

 

Gilberto Mendes y el teatro musical experimental en América Latina

Daniela Fugellie

En Chile, la figura de Gilberto Mendes es especialmente recordada por su rol en los Cursos de Verano de la Agrupación Musical de Anacrusa, realizados en 1992 en la ciudad de La Serena. Por entonces, en Chile, las experiencias musicales vinculadas a la performance había sido prácticamente nula. Esta ponencia se propone profundizar en el aporte de Mendes durante este encuentro, comparándolo con su participación en otra importante instancia de la música contemporánea en la región: Los Cursos Latinoamericanos de Música Contemporánea.

Poucos entendem essa música, mas seu público está cada vez maior”: o jornalismo cultural e o Festival de Música Nova de Santos

Diósnio Machado Neto

Pode-se afirmar com segurança que o Movimento de Música Nova, naquilo que tange o seu agenciamento ideológico, está fundado nas bases de considerar a arte um instrumento de modificação social e participação política, e com todos as mutações sofridas por esse ideal no decorrer das décadas. As estruturas dessa visão de mundo se desdobravam a partir de uma adesão histórica de uma parte de intelectuais e artistas brasileiros aos ideais do Realismo Social soviético, ou que dele sobrevivia mutado na década de 1960. Esta comunicação versará sobre as estratégias que os principais agentes de articulação do movimento usavam na imprensa com a intenção de atrair público e, ao mesmo tempo, discutir questões fundamentais de suas propostas de intervenção no espaço público. Principalmente focado sobre a atividade jornalística de Gilberto Mendes, tratarei de expor alguns paradigmas da comunicação sobre o Música Nova, principalmente na ideia de vínculos com os diversos tempos históricos da música pelo ideal revolucionário; o alinhamento do movimento musical com o espírito juvenil e, por fim, as reações frente às críticas que o movimento recebia de outros setores da cena musical brasileira. O recorte temporal abordado será entre 1963 e 1977, ou seja, entre o início do movimento e quando ele abandona a estratégia de expansão a setores diversificados do público.

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