Submissões de artigos para Folkcom 2023 vão até 30 de junho
Entramos nas últimas semanas para envios de artigos completos para a XXI Conferência Brasileira de Folkcomunicação. O evento ocorre, este ano, em Salvador e Cachoeira, na Bahia.
Entramos nas últimas semanas para envios de artigos completos para a XXI Conferência Brasileira de Folkcomunicação. Pesquisadores que desejam encaminhar seus trabalhos para o evento que, este ano, acontece nas cidades de Salvador e Cachoeira, na Bahia, devem estar atentos às diretrizes do edital de submissão. A data limite é o dia 30 de junho.
Cada pesquisador pode enviar um artigo como autor, além de participar de outro na condição de coautor. Alunos de graduação só serão aceitos se assinarem o texto acompanhados por um professor orientador ou pesquisador com titulação mínima de especialista. Os artigos devem ser enviados necessariamente em formato PDF, seguindo nosso template, para o e-mail: folkcomgt@gmail.com. O texto deve ter entre 10 e 15 páginas, incluindo referências bibliográficas, e ser direcionado para um dos quatro Grupos de Trabalho da Folkcom 2023.
Abaixo, apresentamos um pouco sobre cada um destes GTs para que os pesquisadores das mais diversas áreas da comunicação possam vislumbrar diálogos possíveis com os trabalhos do nosso campo.
GT 1: Teoria da Folkcomunicação: Fundamentos e Metodologia
Grupo centrado nas questões teóricas e nos métodos de fazer pesquisa em folkcomunicação. O GT é coordenado pelos professores Kevin Kossar (Unicentro) e Karina Woitowicz (UEPG), que explicam: vão ser acolhidos pelo grupo tanto trabalhos que se sustentam nos fundamentos da ciência quanto aqueles que fazem uma revisão crítica ao pensamento de seu fundador, o pernambucano Luiz Beltrão. Um dos interesses, afinal, é mostrar a atualidade do campo e sua pertinência tanto ao investigar objetos tradicionais quanto contemporâneos.
GT 2: Expressões da folkcomunicação na cultura popular
Nas palavras do professor Andriolli Costa (UERJ), este é provavelmente o GT mais tradicional da Folkcom. "O grupo remete diretamente à fundação da disciplina por Luiz Beltrão, quando ele compreendia o folclore como ato comunicativo utilizado pelos grupos alijados dos modos hegemônicos de produção, circulação e distribuição de informação", afirma Andriolli.
Andriolli é um dos coordenadores do GT, juntamente com o prof. Adelson da Costa (UFAM-Parintins). Os temas que interessam a este grupo estão ligados a cantos e cantigas, mitos e lendas e literatura oral; modos de expressão, peças de artesanato, festas e folguedos e tudo aquilo que esteja ligado aos modos tradicionais de resistência e existência. Segundo o coordenador, tudo que vem do povo interessa a este GT, pois a Folkcomunicação permite olhar para a cultura popular e entendê-la como uma ação potente, que tem sentido, lógica e propósito.
GT 3: Folkcomunicação Midiática
Este grupo recebe trabalhos em que a expressão popular inspira ou é inspirada pela produção midiática, traduzindo-se em novos signos a partir da cultura de massas. Sua coordenação fica por conta dos professores João Eudes Portela (IFCE) e Thífani Postali (Uniso), e é ela quem reflete ainda sobre uma tendência nestes estudos: o modo como os líderes folks tem usado as novas mídias para atingir um público expandido, para muito além das identidades de grupo inicialmente estabelecidas.
O objetivo do GT é dar visibilidade para as pesquisas que envolvem os processos midiáticos, como o rádio, televisão, internet, propaganda e publicidade, cinema, redes sociais populares e celulares.
GT 4: Processos folkcomunicacionais e ativismos antirracistas
O quarto GT é tão importante que, inclusive, dá a tônica do evento em 2023. O grupo, coordenado por Zefinha Bentivi, Francinete Louseiro e Protásio Cézar (UFMA), busca dar visibilidade aos trabalhos que permeiam as discussões sobre raça, enfrentamento, resistência e ativismo midiático.
O professor Protásio defende: "Trabalhos voltados para o tema antirracismo darão suporte para discussões e alargar visões e mentes sobre o tema. Estamos no século XXI, não mais aceitável tal prática de divisão e discriminação". E complementa. "Quanto mais discussão, mais visibilidade, mais educação maiores os percursos para mudar o status quo ainda, lamentavelmente, vigente".
Estudos sobre comunidades quilombolas, festas populares, manifestações tradicionais e veículos de expressão da cultura negra, práticas de resistência ao racismo, bem como análises da mídia com foco na raça e em diálogos interseccionais, interessam a este grupo de trabalho.
Prêmios Estudantis
Haverá prêmios estudantis para os artigos de estudantes de graduação e pós-graduação que sejam destaques entre os grupos de trabalho. Os coordenadores de cada GT serão responsáveis por fazer a indicação de dois trabalhos por categoria. Todos os trabalhos aprovados são concorrentes ao prêmio.
O que é folkcomunicação?
A Folkcomunicação é uma das primeiras Teorias da Comunicação legitimamente brasileiras, proposta pelo jornalista e pesquisador pernambucano Luiz Beltrão na década de 1960. Ele entendia o folclore como uma estratégia que os grupos marginalizados encontravam para comunicar sobre o tempo presente, partilhar e divulgar conhecimento. A prática se faz necessária, uma vez que essas populações eram afastadas das formas dominantes de produzir, circular e distribuir informação. Hoje, o campo avançou para incorporar também outras práticas culturais, mas sempre ligadas à manifestação contra-hegemônica do povo.
Texto por Fernanda Amordivino e Raphael Suzart
Com supervisão e revisão de Andriolli Costa
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