NOSSOS FALARES, NOSSAS IDENTIDADES
Resumo da oficina:
A falta de discussões efetivas e debates acerca das línguas e dos falares africanos no Brasil evidencia a negação e o silenciamento das heranças e do legado afro-linguísticos que demarcam o nosso português. As palavras e expressões linguísticas de origem africana que são faladas cotidianamente pela população resistindo até hoje, podem desvelar a história e cultura dos diversos grupos étnicos africanos que formaram a nossa sociedade. O objetivo desta oficina é registrar um possível corpus de palavras de origem africana disponibilizadas pelos participantes da oficina que, porventura sejam expressas, obtendo dados para a nossa própria análise. Pretendemos averiguar o vocabulário dos participantes e destacar se esses itens lexicais são de origem africana e investigar as significações de cada vocábulo. O conteúdo programático da oficina é da seguinte forma: a primeira etapa consiste na explanação sobre as línguas e os falares africanos. É o momento de apresentar os troncos linguísticos africanos e o manancial de línguas do continente africano, as línguas bantas e yorubá e as matrizes africanas no português do Brasil. A segunda etapa da oficina é a interação com o público-alvo, a ideia é que os participantes apresentem voluntariamente palavras que conheça e que acredita ser de origem africana para iniciarmos um debate acadêmico estruturado na aula expositiva e nos conhecimentos prévios de cada participante, realizando uma roda de conversa para compartilhar os saberes. Para finalizar, a terceira etapa é a confecção de um glossário da oficina com as palavras elencadas pelos próprios participantes. Uma oficina, que por sua estrutura e objetivos, é qualitativa, desenhada por um viés etnográfico. Sobre a temática, é um trabalho que busca desenvolver os conhecimentos sobre as línguas afro-brasileiras e a reafirmação da identidade dos estudantes, sobretudo estudantes negros. O público-alvo são professores da educação básica que tenham interesse em adquirir conhecimentos acerca da realidade linguística de seus alunos, considerando que esses saberes são parte da identidade individual e coletiva dos estudantes.