MR 8 - Educação Matemática, Relações Étnico-Raciais e de Gênero
Coordenadora da mesa: Fernanda Malinosky Coelho da Rosa (UFMS)
Prof. Dr. José Ricardo Marques dos Santos (UESB/BA)
As relações étnico-raciais e o processo de aprendizagem: biopolítica e formação de professores
O parecer da lei 10.639/2003, sua relação com a formação de professores e a forma como realidades culturais relacionam com os contextos escolares atravessando a experiências dos professores/professoras de matemática e do alunado.
Profa. Dra. Ana Cledina Rodrigues Gomes (Unifesspa)
Educação Matemática e as relações étnico-raciais e de gênero a partir da BNCC
A BNCC apresenta dez competências gerais da Educação Básica como elementos que estabelecem direitos de aprendizagem e desenvolvimento dos educandos. Uma dessas competências se refere à valorização da diversidade de saberes e vivências culturais associadas a conhecimentos que possibilitem escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e um projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade, o que pressupõe um ensino para além da abordagem de conteúdos estabelecidos pelas disciplinas comuns, mas que também sejam ensinados conteúdos que formem o ser coletivo, não-sexista, responsável junto ao ambiente. Tomando como princípio a Lei Nº 10.639/2003 que torna obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira em todas as escolas da Educação Básica, o que abrange também a luta dos negros, a cultura negra brasileira, a contribuição dessa população nas áreas social, econômica e política, proporcionando assim conhecimentos que promovam uma educação das relações étnico-raciais, o combate às formas excludentes recorrentes nos cenários sociais, o objetivo central deste trabalho é analisar as concepções de formação observadas no documento final da BNCC, em especial no que se refere ao ensino de matemática, considerando-se que todas as áreas do conhecimento devem contribuir com a formação global dos educandos e que a educação matemática vem ao longo dos anos avançando muito nas questões que envolvem o ensino de matemática e sua relação com elementos constitutivos na formação, como os estudos de gênero e das relações étnico-raciais.
Prof. Dr. Delton Aparecido Felipe (UEM)
A história da áfrica e do povo negro no brasil e a construção de práticas pedagógicas nas aulas de matemática
A partir da temática proposta, temos como objetivo problematizar os desafios de construir práticas pedagógicas relacionadas ao de ensino de História da África e do povo negro no Brasil nas aulas de Matemática. Ao pensarmos a cultura africana no ensino de matemática, é fundamental desconstruirmos a ideia de que o conhecimento Matemático vem basicamente da Grécia Antiga ou dos Árabes. É preciso reafirmar as contribuições de diversos países africanos, como o Antigo Egito para a construção da história da matemática. A história da matemática é fonte importante para percebermos que foi a partir de teorias e formulações realizadas por estudiosos africanos que temas significativos da matemática chegaram até nós. Para além disso, temos a Etnomatemática que é outra área que pode colaborar de forma inicial para trabalharmos com a cultura africana em sala de aula, ao ter como finalidade o reconhecimento da cultura plural, responsável pela constituição do país, e que deve sim, ser levada em consideração para a elaboração que responda aos anseios de sua população. Trata-se de uma abordagem histórico-cultural da matemática, em que a disciplina deve ser compreendida para além da constituição social, mas também como construção histórica e política. Temos ainda os diversos jogos de origem africana que além de estimular conhecimento de aspectos desta cultura, ainda favorece o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático que pode ser utilizado outros componentes curriculares.