Conheça os livros que serão lançados durante o II ENEMI.

 

SURDOS E OUVINTES JUNTOS NO ESPAÇO ESCOLAR
O processo de construção do número

Autor(a): Bartira Fernandes Teixeira

Esta obra é resultante de uma pesquisa que objetivou investigar quais as praxeologias disponíveis e evocadas para o ensino dos números a crianças ouvintes e surdas, filhas de pais ouvintes, a fim de criar situações que possibilitassem a construção do número por estas crianças numa sala de aula de Matemática inclusiva. O estudo foi realizado através de observações de classe em duas escolas localizadas em Salvador: uma escola de surdos, vinculada ao Estado da Bahia, e uma escola inclusiva do Município. Sete crianças surdas estudavam na escola específica, com aulas ministradas em Língua Brasileira de Sinais, e uma criança surda frequentava a escola inclusiva, cujas aulas ocorriam em Língua Portuguesa, todas cursavam o primeiro ano do ensino fundamental, formando um grupo de oito alunos participantes. Para atingir este objetivo final, utilizou a lente da Teoria Antropológica do Didático (TAD), adotou a perspectiva socioantropológica da surdez, ressaltando a diferença linguística dos surdos e a ausência de intérpretes no primeiro ano do ensino fundamental, percorrendo os aspectos epistemológicos e históricos da construção do número e modelizando as atividades humanas observadas em termos de praxeologias. Recorrendo à dialética ostensivo/não ostensivo, analisou a evolução dos objetos ostensivos utilizados na escola de surdos, as praxeologias dos professores e dos estudantes, traçando como hipótese de pesquisa o fato de a bagagem praxeológica utilizada para a apresentação dos números não possuir ostensivos sensíveis que possibilitem a construção do número pelos estudantes surdos da escola inclusiva. Tomando as referências didáticas desta dialética, cunhou a expressão "ostensivos sensíveis", referindo-se àqueles que favorecem e contribuem para a atividade matemática em questão, sendo esta a nossa contribuição teórica. Os resultados apontaram que, numa sala de aula inclusiva, alguns objetos possuem um maior grau de sensibilidade e outros, um menor grau. Grau de sensibilidade que precisa ser considerado na prática dos professores. 

Informações sobre como adquirir o livro: Bartira Fernandes Teixeira - e-mail: bartiraft@yahoo.com.br

   
 

ENFIM, POSSO FALAR!
Relatos de surdos paranaenses que vivenciaram a transição do Oralismo ao Bilinguismo

Autor(a): Beatriz Ignatius Nogueira

Nos últimos anos a educação de surdos mudou da abordagem oralista para o bilinguismo. A Lei Federal 10.436 de 24/04/2002 reconheceu a Libras como forma legal de comunicação dos surdos do Brasil, garantindo-lhes o direito de serem educados em sua língua. Passou a ser necessário que os professores ouvintes e os alunos surdos aprendessem a Libras e assim foram contratados adultos surdos sinalizadores para atuarem como instrutores de Libras. O papel desempenhado por esses instrutores de Libras, nas escolas especializadas oralistas, foi fundamental para que acontecesse a transição para o bilinguismo. Mas, se esses instrutores foram educados no oralismo, como se sentiram como protagonistas dessa mudança? Qual o ponto de vista desses instrutores? E dos alunos surdos? Como foi para eles, que antes eram proibidos de sinalizar ver, de repente, adultos surdos sinalizadores ensinando Libras para seus professores e para eles mesmos? Para responder a essas indagações foi realizada uma investigação, sustentada na História Oral objetivando criar “fontes surdas” que respondem a essas perguntas e podem auxiliar a compreender como aconteceu a transição do oralismo para o bilinguismo nas escolas para surdos. O resultado foi surpreendente: se esperava que o destaque dos surdos fosse o fato de poderem ter avançado em seus estudos acadêmicos, porém, o que se constatou foi que com o advendo do bilinguismo, os surdos, finalmente puderam falar e ser surdo sem sentir medo!

Informações sobre como adquirir o livro: Clélia Maria Ignatius Nogueira - e-mail: voclelia@gmail.com

   
 

O USO DA ESCRITA PELO CIDADÃO SURDO NO CONTEXTO DAS MÍDIAS SOCIAIS

Autor(as): Marília Ignatius Nogueira Carneiro e Cléia Maria Ignatius Nogueira

No século XXI, as ferramentas tecnológicas e as mídias sociais se desenvolveram bastante facilitando a comunicação e tornando mais prática a vida de qualquer pessoa. Este livro aborda o uso social da escrita pelo cidadão surdo, caracterizando os processos de alfabetização e letramento das diferentes abordagens educacionais, particularmente do oralismo e do bilinguismo, bem como as possibilidades proporcionadas pelas diferentes tecnologias de comunicação. Para isso, além dos estudos teóricos, foi realizada uma investigação sobre a relação do surdo com a escrita possibilitada pelos atuais recursos tecnológicos, que foi concretizada e orientada principalmente pelos depoimentos e análise da leitura e da escrita de surdos adultos a vida social e profissional dos surdos ao promoverem a melhoria da leitura e escrita de usuários desses recursos tecnológicos. Finalmente, nossa pesquisa e o estudo desse tema mostraram que os surdos são “apegados” ao uso de recursos tecnológicos e que eles ajudam a melhorar Língua Portuguesa, na modalidade escrita. Como disse um dos colaboradores da investigação: “’E muito mais fácil ser surdo atualmente! ”. Poder “ouvir o que o surdo tem a dizer” sobre sua inclusão social proporcionada pelas tecnologias da informação e comunicação é leitura indispensável a pais, familiares, cônjuges, professores e demais profissionais da área.

Informações sobre como adquirir o livro: Clélia Maria Ignatius Nogueira - e-mail: voclelia@gmail.com

   
 

EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: DIFERENTES OLHARES E PRÁTICAS

Autores:Ana Maria Martensen Roland Kaleff e Pedro Carlos Pereira

Iniciamos o livro com o capítulo de Nilza Bertoni, “Aprendizagem articulada dos conjuntos numéricos: reflexões, relatos e propostas”, no qual discute a formação inicial dos professores e como práticas e caminhos considerados nas suas propostas ainda são desconhecidos, ignorados ou abandonados pelos responsáveis educacionais.

Ettiène Guérios escreve sobre “Cotidiano, realidade, contextualização: compreensões de professores que ensinam matemática na educação básica”, isto é, os afazeres dos professores, nas atividades de formação continuada, em aulas nos cursos de licenciatura em Matemática e Pedagogia, ou em outra circunstância em que professores e futuros professores tenham voz.

O capítulo de Edite Vieira, “Literatura infantil, tecnologia digital e material manipulável: possibilidades de investigar e explorar figuras tridimensionais”, volta nosso olhar para o ensino fundamental ao apresentar uma experiência com alunos do 3º ano, analisando o nível do pensamento geométrico dos alunos e seus conhecimentos prévios.

“As vantagens da inserção de mídias digitais no ensino da matemática”, de Nelson Lage e Teresa Cristina Piva, aponta algumas das vantagens basilares para a inserção das mídias digitais no ensino da matemática, embasados nos alicerces da Educação Matemática.

“A insubordinação criativa e um laboratório de ensino: ações de duas educadoras matemáticas na formação de professores de matemática”, escrito por Ana Kaleff e Fernanda Rosa, relata como um laboratório de ensino pode ser um local onde teoria e prática são discutidas para criação de situações pedagógicas desafiadoras. Apresenta influências das ações insubordinadas criativas realizadas na implementação de disciplinas de Educação Matemática e Educação Inclusiva em um curso de licenciatura.

Clélia Nogueira, em “Educação Matemática inclusiva: do que, de quem e para quem se fala?”, volta o seu olhar para a interdisciplinaridade entre Educação Matemática, Matemática, Educação Inclusiva e Educação Especial, para poder compreender do que, de quem e a quem nos dirigimos, quando se trata da Educação Matemática Inclusiva.

“A formação do docente que ensina matemática: discussões sobre a educação especial na perspectiva da educação inclusiva”, de Fernanda Rosa, traz elementos das políticas nacionais da Educação Especial, visando a reconhecer a diversidade e a heterogeneidade na sala de aula e no ambiente educacional, promovendo, assim, uma escola realmente mais inclusiva, com a inclusão dos indivíduos, sem distinção.

Os dois capítulos seguintes nos ampliam o olhar de como se buscar uma escola sem distinção dos indivíduos, mas agora sob a perspectiva da Etnomatemática.

O capítulo de Cecilia Fantinato, “Etnomatemática e educação: alguns caminhos trilhados pelas pesquisas”, faz refletir como é possível relacionar etnomatemática com Educação, questionando que caminhos têm sido trilhados pelas pesquisas nessa área; se é possível um trabalho pedagógico nas séries iniciais sob a perspectiva etnomatemática.

José Linhares e Sandra Mattos, em “Estratégias pedagógicas na educação escolar indígena”, nos fazem refletir sobre a importância dos aspectos diferenciados da cultura de um indivíduo para a sua formação integral como pessoa e membro de uma sociedade. Ponderam que os valores culturais dos grupos indígenas precisam ter uma relevância maior no sistema educacional indígena brasileiro.

Finalizamos com “Saberes docentes e trabalho de conclusão de curso numa experiência envolvendo matemática e ludicidade”, de Pedro Carlos, Gabriela Barbosa e Renato Aquino, no qual analisam a construção de saberes por licenciandos em Matemática que participaram de um projeto de Iniciação à Docência, em que têm oportunidade de desenvolver e mediar atividades lúdicas, com recursos computacionais para crianças do ensino fundamental.

Informações sobre como adquirir o livro: Ana Kaleff - e-mail: anakaleff@gmail.com