MR2 - Compreendendo a discalculia sob diferentes perspectivas teóricas
Coordenadora da mesa: Roberta D’Angela Menduni Bortoloti - UESB
Profa. Dra. Luciana Vellinho Corso (UFRS)
Dificuldades de aprendizagem na matemática: senso numérico
Será abordado o senso numérico, constructo que engloba um conjunto de habilidades de vital importância para a competência em matemática, considerado um conceito-chave para a compreensão das dificuldades de aprendizagem nesta área. Tal campo de estudo é caracterizado por controvérsias conceituais a respeito da melhor forma de conceituar, avaliar e intervir em senso numérico. Serão apresentados estudos que apontam o senso numérico pouco desenvolvido como uma das causas potenciais de problemas de aprendizagem na matemática. E, por assim ser, tal constructo se mostra um bom detector inicial de dificuldades nesta área. O desenvolvimento do senso numérico requer um conjunto de condições individuais, ambientais e escolares, atuando de forma integrada. Serão apresentadas algumas competências de domínio específico (competências numéricas de base) e as competências de domínio geral (memória de trabalho, memória fonológica, velocidade de processamento) que estão na base do desenvolvimento do senso numérico, e que dão sustentação à aprendizagem da matemática. Serão apontados estudos de intervenção nesta área os quais têm evidenciado resultados promissores. Os impactos de tais resultados para as práticas escolares serão discutidos.
Profa. Dra. Isabel Cristina de Lara (PUCRS)
Discalculia do Desenvolvimento: alguns estudos sobre definições, diagnósticos e intervenções pedagógicas
Esta apresentação tem como objetivo apresentar alguns estudos sobre Discalculia do Desenvolvimento (DD) desenvolvidos pelo Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Discalculia (GEPEDPUCRS). Pretende discutir cinco aspectos fundamentais: definições e categorias de DD; critérios necessários para o diagnóstico da Discalculia; a Resposta à Intervenção (RI); alternativas metodológicas que auxiliam na consolidação da memória operacional no âmbito da sala de aula; a resolução de problemas. Considerando as seis categorias elencadas por Kosc (1974): Discalculia verbal; Discalculia practognóstica; Discalculia léxica; Discalculia gráfica; Discalculia ideognóstica; e, Discalculia operacional, evidencia que é possível identificar em quais delas as capacidades matemáticas estão mais comprometidas promovendo intervenções pedagógicas adequadas à minimização de lacunas e potencialização de algumas habilidades matemáticas qualificando a RI. A partir das considerações feitas pelo CID-10, DSM-V e autores como Hasse e colaboradores (2011; 2015); Santos (2017); Rotta (2006; 2016), entre outros, aborda a questão sobre o diagnóstico problematizando a dificuldade de compor o laudo para pessoas que possuem o transtorno, o que dificulta as pesquisas desenvolvidas. Reflete sobre metodologias de ensino trazendo à tona aquelas que mais contribuem para a consolidação da memória operacional no ambiente de sala de aula. Além disso, busca discutir sobre a possibilidade de que estudantes que possuem prognóstico ou diagnóstico de diferentes categorias de DD, são capazes de resolver problemas convencionais e não convencionais.
Profa. Dra. Salete Maria Chalub Bandeira (UFAC/Acre)
Produto educacional “Conhecer para intervir”
A mesa aborda sobre os diferentes aspectos teóricos da discalculia, bem como estudos de neurocientistas sobre as regiões do cérebro associadas ao processamento matemático e como é essa região em um indivíduo discalcúlico. Apresenta ainda, o resultado de uma pesquisa com um estudante discalcúlico do 5º ano: um estudo de caso realizado em uma escola no município de Rio Branco, no estado do Acre e o produto educacional “conhecer para intervir” (SILVA, BANDEIRA, BEZERRA, 2009).