a) Resumo da proposta do GT e seus objetivos:

Este Grupo de Trabalho propõe-se a reunir estudos, experiências pedagógicas, investigações acadêmicas e relatos de práticas educativas que abordem, de forma crítica e situada, os desaparecimentos políticos no Brasil, tanto durante o regime civil-militar (1964–1985) quanto no período democrático, com enfoque nos desaparecimentos forçados contemporâneos vinculados a práticas de violência institucional, conflitos fundiários, perseguição a defensores de direitos humanos e a seletividade estatal. O GT tem como objetivo central fomentar a reflexão sobre o direito à memória, à verdade, à justiça e à reparação, reconhecendo a educação como um espaço estratégico para a reconstrução de narrativas silenciadas, a preservação de memórias coletivas e o fortalecimento da democracia.

Ao colocar em diálogo as violações do passado e do presente, busca-se compreender as continuidades estruturais da violência de Estado, mobilizando a educação para estimular o pensamento crítico, a empatia histórica e o compromisso ético com os direitos humanos. O GT também visa fortalecer redes de educadores, pesquisadores, familiares de desaparecidos e movimentos sociais que atuam na difusão dessas temáticas em espaços escolares e não escolares.

b) Eixos de análises e concepções teóricas do respectivo GT:

O GT se ancora em concepções teóricas críticas das Ciências Humanas e Sociais, com destaque para os campos da Educação para os Direitos Humanos, da Pedagogia da Memória, da História Oral, da Justiça Transicional e da Sociologia da Violência. Os eixos de análise priorizam:

As narrativas e disputas de memória sobre os desaparecimentos políticos;

A pedagogia do testemunho e a centralidade das vítimas e familiares como sujeitos epistêmicos;

As articulações entre educação, memória e justiça social em currículos escolares e projetos culturais;

A análise dos mecanismos estatais de apagamento, silenciamento e negação da verdade histórica;

As abordagens interdisciplinares que conectam História, Filosofia, Sociologia, Direito e Educação na construção de uma memória pública democrática.

Autores como Walter Benjamin, Paul Ricoeur, Elizabeth Jelin, Michel Pollak, Paulo Freire, Boaventura de Sousa Santos e Marilena Chauí constituem referências fundamentais para as abordagens adotadas pelos trabalhos esperados.

c) Área temática que os trabalhos devem estar alinhados para serem aprovados no respectivo GT:

Serão acolhidas propostas de trabalhos que estejam alinhadas às áreas do Ensino das Humanidades, da Educação em Direitos Humanos, da História da Educação, da Memória Social, da Didática da História, da Formação Crítica de Educadores e das práticas pedagógicas em contextos de resistência e violação de direitos. São bem-vindos estudos de caso, análises teóricas, relatos de experiências, investigações empíricas e produções artísticas e culturais com potencial educativo.

As propostas devem se vincular à reflexão crítica sobre os desaparecimentos políticos no período da ditadura civil-militar brasileira, bem como aos desaparecimentos forçados no Brasil contemporâneo, entendidos como fenômenos de continuidade histórica e expressão da violência institucional. A valorização das memórias das vítimas e seus familiares como elementos constituintes de uma pedagogia da resistência será considerada fundamental para a aprovação dos trabalhos.

Compartilhe!

APOIADORES

Quer se tornar um parceiro?