Formação de professores no âmbito da Linguística Aplicada
Moderadora: Fernanda Modl (UESB)
Palestrantes: Aurea Suely Zavam (UFC), Valéria Severina Gomes (UFRPE), Márcia Paraquett (UFBA), Fabio Alexandre Silva Bezerra (UFPB)
Resumo
Fazer Linguística Aplicada resulta de um exercício político de se importar com uma questão/temática, investigando-a a partir de sucessivos (re)posicionamentos. Cada fala, nesta mesa, agrega na demonstração de horizontes da, na e para a desobvialização da agenda de trabalho da formação de professores/as. Valéria Gomes (UFRPE/PROGEL), na comunicação O lugar da historicidade do texto e da língua na formação docente, alerta-nos para a potência da percepção e mitigação do hiato entre o (des)conhecimento da historicidade dos/nos textos/gêneros e a (não)atualização de conhecimentos linguísticos advindos de estudos diacrônicos e sincrônicos em gestos de transposição didática para o ensino de língua. Em que uma abordagem sócio-histórica dos gêneros textuais pode contribuir para a formação de professores? É partindo desse questionamento que Aurea Zavam (UFC/PPGL) conduz sua apresentação. Zavam inquieta-nos ao propor um trabalho com os gêneros textuais considerando a história desses gêneros. Para tanto, exemplifica com o gênero editorial de jornal, demonstrando a valência que uma lente sócio-histórica pode conferir aos usos cotidianos (cada vez mais metaconscientes) de gêneros pelo professor. Na comunicação Decolonização de Professores de Espanhol, Marcia Paraquett (UFBA/CNPQ) provoca-nos discutindo sobre a força referencial do termo Decolonidade e(m) posições que seu uso pode acionar. Ao lidar com (in)compreensões associadas a essa categoria, Paraquett assume as noções de autonomia e interculturalidade como balizes para uma revisitação de escolhas e princípios de trabalho na e para a formação de professores de Espanhol. A partir do enquadre Multiletramentos, Identidades e Formação docente em tempos de resistência: desafios atuais para a Linguística Aplicada, Fábio Bezerra (UFPB/PROLING) convida-nos a lançar um olhar em profundidade para como concepções de linguagem e de sujeito, relidas a partir de uma perspectiva descolonial, são caras para se lidar discursivamente com a formação de professores/as cada vez mais conscientes de seu lugar de agência na sociedade pós-moderna.