GRUPOS DE TRABALHOS APROVADOS
GT - OS CAMINHOS DA (NOVA)) HISTÓRIA POLÍTICA NO LIMIAR DO SÉCULO XXI
Coordenação: Dr. Edson Romario Monteiro Paniagua - Unipampa
Ementa: O século XIX marcou o auge da história política, a história científica, onde a verdade dos fatos estava nas fontes oficiais, os documentos autênticos, devidamente selecionados e criticados, inaugurando o paradigma positivista. Era o momento da afirmação da nação alemã e francesa, conduzida por homens esclarecidos, modelo esse que influenciaria o Brasil. Em meados do século XX, os Annales, estabeleceram a crítica à história política do século XIX e propugnaram uma história social e econômica, que avançou significativamente, contribuindo para colocá-la no ostracismo. Na década de 50 do século XX, na esteira dos Annales a história política começou a se renovar dialogando com a ciência política, com a antropologia e a sociologia linguística. Temas tradicionais como partidos políticos, eleições, biografias, guerras e novos, como, discursos, mídias e cultura política ganham destaques com novos aportes metodológicos, teóricos e de novas fontes. A obra “Por uma história política” organizada por René Rémond tem a sua publicação em 1988 na França e chega ao Brasil em 1996. Atualizava o debate sobre a história política na França, fazendo a sua defesa intransigente, colocando-a no mesmo patamar da história social e econômica A nova história defendida por René Rémond é o lugar do vivido, das vivências e das experiências dos indivíduos, dos grupos, das diversas minorias e das massas, ganhando relevância e intensidade. Esse debate ao chegar aos anos de 90 do século XX no Brasil ganha algum espaço nas universidades e nos programas de pós-graduações. No limiar do século XXI esse debate recente, ainda perdura. O presente dossiê tem como objetivo: promover a difusão de trabalhos acadêmicos que tragam aportes teóricos, metodológicos e de fontes que caminhem na direção de uma nova história política no Brasil, considerando os temas tradicionais e novos da história política a partir dessas novas perspectivas epistemológicas. A história política/a nova história política se constituiu num campo aberto para a discussão e a produção Acadêmica Brasileira e esses são os desafios.
GT - REFLEXÕES SOBRE PEDAGOGIA E TRABALHO NOS (DES)CAMINHOS DA EDUCAÇÃO POPULAR E DA ECONOMIA SOLIDÁRIA
Coordenação: Dra. Taise Tadielo Cezar - IFFAR
Ementa: O Grupo De Trabalho dialoga com trabalhos que apresentem os princípios históricos e políticos da educação popular e a economia solidária; a história geral da Pedagogia nos (des)caminhos de uma Pedagogia da Autogestão; o trabalho pedagógico autogestionário e experiência inovadoras em educação e economia solidária.
GT - DITADURA CIVIL-MILITAR (1964-1985)
Coordenação: Dr. Ronaldo Bernardino Colvero - Unipampa
Ementa: A Ditadura Civil-Militar brasileira (1964-1985) representou um período de violentas repressões aos Direitos Humanos no Brasil. Durante os seus 21 anos de existência foram vistas violações de direitos políticos e civis, sufocamento da democracia, repressão às liberdades individuais, como a proibição de manifestações políticas individuais e sobretudo coletivas. Desta forma, este Grupo de Trabalho sobre a Ditadura Civil-Militar (1964-1985), deseja retomar a memória deste período da história do Brasil, aceitando trabalhos que buscam estudar este período, sobre o olhar histórico, social e político. Pois precisa ser lembrado, para que não caia no esquecimento e nunca mais volte a se repetir.
GT - PAMPA, CULTURA GAUCHESCA E SUAS MÚLTIPLAS SUBJETIVIDADES
Coordenação: Dra. Amanda Meincke Melo, docente, UNIPAMPA/Campus Alegrete e Mestranda Aliriane Ferreira Almeida, mestranda, UFRGS
Ementa: Em diferentes culturas, na interpretação de sua produção, encontram-se as subjetividades daqueles que a produzem e que com ela interagem. Reinterpretando Blanchot (2011), ao se referir à leitura de livros literários, essas subjetividades, em seu tempo e espaço, compartilham sentidos com outras, multiplicando-se e gerando, a cada encontro, obras únicas. Assim, ao interpretar a Cultura Gaúcha e aqueles reconhecidos como seus produtos culturais, neste grupo de trabalho (GT), gostaríamos de iluminar as subjetividades que os produzem e (re)interpretam. O objetivo é colocar em perspectiva a multiplicidade de subjetividades das gentes que habitam a região da Pampa. Para isso, propomos o compartilhamento de saberes a partir da análise de produtos culturais — livros, músicas, filmes, espetáculos, programas de rádio etc. — elaborados na Pampa que, mais do que gaúcha, é gauchesca, nativista e transfronteiriça. Produtos esses com feitio de pessoas que se identificam com essa cultura, considerando diferentes tensionamentos, como os ligados ao gênero, raça, origem étnica, classe, território, bioma, paisagem, etc. e suas interseccionalidades. Neste GT, propomos três momentos, a serem desenvolvidos durante o evento: (1) apresentação da motivação e da dinâmica de trabalho; (2) apresentações pelos participantes; (3) roda de diálogo com elaboração de uma produção textual em coautoria que represente as discussões geradas — ex: conjunto de proposições, manifesto, infográfico etc. Quanto ao número de trabalhos a serem apresentados e discutidos, temos a expectativa de selecionar até dez textos — resumos expandidos, ou em formato especificado pela organização do evento —, para que sejam apresentados por seus autores em sessões de 20min, nos quais possam usar até 10min para expor suas ideias e o restante do tempo para interação com o público. Espera-se, assim, contribuir para o objetivo de “Estimular o compartilhamento de pesquisas e experiências, fortalecendo a integração na Ciências Humanas, com foco nas fronteiras Sul-Americanas.”
GT CULTURA(S) POPULAR(ES), PATRIMÔNIO, RITUAIS E SUJEITOS EM PERFORMANCE
Coordenação: Me. Vitória Duarte Wingert - Universidade Feevale e Dr. Jander Fernandes Martins - Universidade Feevale
Ementa: Os estudos sobre cultura(s), inerentes às Ciências Sociais e das Humanidades, dentre elas a História e a Antropologia, possuem posição privilegiada. Nesse sentido, o presente GT busca dar voz às distintas manifestações culturais (em especial, as populares), à luz dos estudos realizados pelas distintas áreas que as tomam como objeto de análise e reflexão. Dito isso, partindo da valorização e consolidação instauradas nas últimas décadas pelos Estudos Culturais e a Nova História Cultural, espera-se promover um ambiente aberto para discussões dos mais diversos estudos culturais e históricos. Para tanto, aceitam-se propostas reflexivas que tenham como atravessamento e ponto em comum, a cultura. Logo, espera-se trabalhos que dialoguem com distintas áreas, a partir de temas centrais, mas não pontuais, como os estudos culturais relacionados à: patrimônio, festividades, instituições, identidades compartilhadas, teorias culturais, performances e o que mais forem elevados à objeto de análise. Assim, na convergência dessas temáticas pesquisadas caracterizadas por processos culturais complexos, que se manifestam produzindo subjetividades objetivamos, também, que seja um espaço de compartilhamento de estudos interdisciplinares ante as heranças positivistas da História e da cultura (hierarquizada e dicotômica em alta e baixa cultura). Portanto, entendemos que nesta perspectiva, o presente GT permitirá reunir estudos históricos e culturais que abordam temas minoritários e da História vista de baixo: diversidade sexual, étnico-racial, gênero, entre outros tão caros e presentes nos últimos anos, com a ascensão de manifestações culturais extremistas em cenário local, nacional e mundial. Objetivos propostos: ● Promover a investigação de estudos que buscam compreender como sujeitos e instituições produzem suas manifestações culturais; ● Debater sobre problemas e questões relacionadas às diversas manifestações culturais e suas especificidades, em uma perspectiva dos estudos culturais e da Nova História Cultural; ● Socializar estudos que privilegiem a análise dos processos que estruturam e produzem as manifestações culturais em seus contextos históricos e sociais; ● Oportunizar espaço para reflexões sobre temas minoritários em seus diversos contextos históricos, sociais e culturais.
GT - PODER JUDICIÁRIO: ABORDAGENS, TEMAS E DESENHOS DE PESQUISA
Coordenação: Dr. Gabriel Eidelwein Silveira - Unipampa (PPGS-UFPI); Dra. Rebeca Bianca de Melo Magalhães - Unipampa e Juliane Sant'Ana Bento - UFRGS (PPGD e PPGCP)
Ementa: Este grupo de trabalho visa explorar as abordagens da sociologia e da ciência política no estudo do poder judiciário, abrangendo diversas metodologias de pesquisa. Serão abordados temas como comportamento judicial, relações entre os poderes, desenhos institucionais do judiciário e o papel das Supremas Cortes nas democracias constitucionais do pós-guerra. Alguns tópicos de discussão de interesse, dentre outros afins, são: o comportamento judicial: análise das decisões judiciais e seu impacto na política e na sociedade; as relações entre os Poderes: investigação das dinâmicas entre o judiciário, legislativa e executiva; os desenhos institucionais, incluindo organização e estrutura do sistema judiciário, recrutamento judicial ou processos de seleção ou nomeação; o papel das Supremas Cortes nas Democracias Constitucionais: análise do poder e influência das cortes supremas diante dos regimes de garantias; constitucional: análise do papel do judiciário na interpretação e aplicação da constituição; a judicialização da política e das relações sociais: investigação do papel crescente do judiciário na resolução de questões políticas e sociais; a efetivação de Direitos pela via judicial: avaliação do papel do judiciário na garantia e proteção dos direitos individuais e coletivos; a relação dos movimentos sociais com a Justiça: análise das interações entre grupos sociais e o sistema judiciário; a representatividade dos tribunais: discussão sobre a composição social dos tribunais diante da demanda de representatividade da diversidade social e cultural; argumentação jurídica e decisão judicial: estudo dos fundamentos e lógicas que fundamentam as decisões judiciais; análise jurisprudencial: investigação das tendências e padrões na revisão do poder judiciário; judiciário e biopolítica: análise do papel do judiciário no controle dos processos da vida da população e nas formas contemporâneas de subjetivação. Este GT acolherá pesquisas históricas, comparativas, teóricas, entrevistas, trabalhos de campo, quantitativas, dentre outras metodologias, enriquecendo o debate e a compreensão do papel do poder judiciário na sociedade contemporânea. Abordagens críticas e baseadas em novas epistemologias são particularmente bem-vindas, incluindo perspectivas decoloniais, feministas ou interseccionais.
GT - O ENSINO DE HISTÓRIA E OS DESAFIOS DA BNCC
Coordenação: Dr. Jeremyas Machado Silva - FEMA/Unipampa UAB
Ementa: O GT “O ensino de História e os desafios da BNCC” pretende ser um espaço de reflexão e debate sobre os impactos das reformas educacionais no ensino de História no âmbito da educação básica, sobretudo, do ensino médio. Além disso, pretende analisar e refletir sobre a formação de professores de História no quadro das licenciaturas, visto que necessita ocorrer uma ligação coerente entre a Base Nacional Comum Curricular e o currículo das licenciaturas. Ademais, o GT conjectura identificar e compartilhar os desafios do ensino de História, a partir das experiências e inquietações dos estudantes, dos professores e dos profissionais da História, além de ponderar a respeito do ensino de História e a importância da historiografia.
GT - DA DESIGUALDADE AO PROTAGONISMO: HISTÓRIA, MULHERES E GÊNERO NA AMÉRICA DO SUL (SÉCULOS XIX E XX)
Coordenação: Doutoranda Ana Luzia Pereira Martins - UERJ; Doutoranda Isadora de Mélo Escarrone Costa - UERJ e Doutoranda Mariana da Silva Rodrigues de Lima - UERJ
Ementa: A década de 1980 fortemente marcada pelas considerações da História Cultural, contribuiu com a pluralização dos objetos de investigação nos estudos acadêmicos, permitindo que as mulheres, grupo que por muito tempo foi invisibilizado do acontecimento e da narrativa historiográfica, fossem colocadas na condição de objeto e de sujeito histórico (SOIHET, 1997). A partir de então, têm-se observado na historiografia brasileira um número cada vez mais elevado de pesquisas com o interesse em destacar o papel atuante das mulheres na História. Esses trabalhos, em geral, reconhecem a necessidade de observarmos os “procedimentos simbólicos, jogos de significação, cruzamentos de conceitos e relações de poder [...]”. Ademais, enfatizam que “nossas referências culturais são sexualmente produzidas’’ (RAGO, 1995). Além do posicionamento das mulheres na pesquisa histórica, emergiu também na década de 1980 o interesse pela História do Gênero. Uma tendência intensificada nos anos 1990 que possibilitou a ampliação dos objetos de estudo, incluindo temáticas, como, por exemplo, as masculinidades e as orientações sexuais (PINTO; ALVAREZ, 2014). Desta forma, em diálogo com a historiografia, o presente Grupo de Trabalho propõe um diálogo com pesquisas correlatas aos campos de estudo e pesquisa da História das Mulheres, da História de Gênero, dos Estudos de Gênero e dos Estudos Feministas. Nosso objetivo é dar visibilidade aos trabalhos que tenham como questão central os seguintes tópicos: as mulheres, sob os mais diversificados temas, entre eles, as construções tecidas sobre esse grupo social; a questão da sexualidade; bem como as variadas representações de gênero elaboradas entre os agentes históricos no que tange a política e os espaços de poder. Para isso, serão bem-vindas pesquisas que tratem dessas questões a partir do contexto dos processos de Independências da América do Sul, uma vez que tal conjuntura propiciou uma maior participação das mulheres nos espaços públicos e de poder. OBJETIVOS DO GRUPO DE TRABALHO O Grupo de Trabalho “Da desigualdade ao protagonismo: História, mulheres e gênero na América do Sul (Séculos XIX e XX)” possui os seguintes objetivos listados abaixo. ● Promover um ambiente de trocas intelectuais e de enriquecimento de repertório acadêmico entre os inscritos; ● Auxiliar os participantes no desenvolvimento de suas pesquisas por meio da apreciação crítica dos trabalhos apresentados; ● Contribuir com os debates do I Seminário Internacional Caminhos do Pampa por meio de discussões sobre mulheres e gênero em contextos sul-americanos diversos, mas que compartilham do enfrentamento da ordem social patriarcal e/ou das desigualdades de gênero.
GT - O PAMPA EM IMAGENS: FONTES VISUAIS E MÉTODOS DE PESQUISA
Coordenação: Dra. Luciana da Costa de Oliveira - (IHGRGS)
Ementa: Assim como a geografia do pampa, as possibilidades de pesquisa que tal espacialidade oportuniza no campo das Ciências Humanas é vasta e imensa. Afora ser um lugar, o pampa é, também, espaço de troca, de construção e reconstruções. E, em função disso, foi objeto de inúmeros estudos ao longo do tempo. Porém, mesmo que seja amplamente estudado, há um aspecto que, tal qual seu ambiente, permanece silencioso: suas imagens. Diversos foram os viajantes e artistas que transitaram pela região rioplatense e que, portanto tintas, pinceis e equipamentos fotográficos, registraram das mais diversas formas não só esse pitoresco ambiente mas, igualmente, as suas personagens. Nesse sentido, a presente proposta tem por objetivo central promover um debate acerca das imagens que foram elaboradas sobre o pampa, sobre seus homens e suas mulheres, sobre suas peculiaridades. Visa, também, ser um espaço de discussões sobre a forma com a qual artistas – profissionais e amadores – construíram imagens que, posteriormente, foram retomadas e ressignificadas. Este é o caso, por exemplo, da figura do gaúcho e do gaúcho. Base temática do trabalho de inúmeros pintores e fotógrafos, sua figura e suas vivências foram, sempre, retomadas e ressignificadas em momentos – e por necessidades - específicos da história sul-americana. Os seus usos – mas também seus abusos – oportunizam a reflexão acerca da relevância que tem, no campo das Ciências Humanas, as fontes visuais como objeto de estudo e análise. Assim, pensá-la a partir das inquietações que causam, dos problemas que levantam e dos elementos que silenciam é pensar nas suas particularidades como objeto de estudo e trabalho. É observar, fundamentalmente, sua relevância na construção de novos conhecimentos e na forma de apreensão da história através das inquietações que causam.
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