GT - Pensar Sankofa: Cultura e Literatura africana e afro-brasileira para a educação étnico-racial
GT - PENSAR SANKOFA: CULTURA E LITERATURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA PARA A EDUCAÇÃO ÉTNICO-RACIAL
Coordenação: Dr. Dênis Moura de Quadros - UNILA e Dra. Natália Regina Rocha Serpa - IFMA
Ementa: Desde a promulgação da Lei 10.639 em 2003 que o estudo da história, cultura e literatura africanas e afro-brasileiras devem fazer parte do currículo das escolas no Brasil. Ainda, a lei 11.645/2008 ratifica a lei anterior e amplia o estudo da história, cultura e literatura dos povos originários. Contudo, o que se percebe é uma lacuna, em especial no PPCs (Projetos Políticos Curriculares) dos cursos de Letras que tangenciam a temática. Logo, passados vinte e quinze anos de cada lei, pretendemos perceber, mapear e problematizar essas ausências, em especial nos cursos de Letras, de pesquisas, disciplinas, projetos de pesquisa e de extensão na graduação e na pós-graduação. Assim, o objetivo central desse GT é investigar de que formas os sistemas de ensino tem tratado a temática em seus currículos, tendo a cultura e a literatura como horizontes de possibilidades para a promoção da educação das relações étnico-raciais. Um primeiro ponto a ser abordado são as cosmopercepções de mundo que podem ser apreendidas da cultura africana e afro-brasileira, bem como suas concepções civilizatórias de ancestralidade, senioridade, temporalidade circular/espiralar, entre outros aspectos. O tempo na eni (esteira) de pensamento afrodiaspóricos é espiralar e, por isso a Sankofa encontra ecos em um provérbio vindo do que hoje conhecemos por Gana, que diz: "não é errado voltar para buscar aquilo que esquecemos". Comumente também observamos a utilização dessa imagem para representar um movimento que justamente nasce para abrir espaços largos para o negro em diáspora fantasiar imagens de futuro. O afrofuturismo, assim como o pássaro, apesar da grande ligação com o que ainda está por vir, sempre olha para trás. Buscar os saberes ancestrais enquanto avançamos. Além disso, as cotas raciais para a graduação têm possibilitado o acesso da população negra às universidades, sendo importante espaço de diálogo e resistência. Contudo, o espaço nos Programas de Pós-graduação ainda são negados, talvez, pela escassez de políticas públicas e ações afirmativas que permitam e garantem o acesso e permanência. A falta de espaço na pós-graduação explica, em partes, a quase inexistência de docentes negros nas universidades que também dificultam políticas públicas de acesso em seus editais.Serão aceitos trabalhos, relatos de experiência, performances que dialoguem com a temática proposta nesse GT: Afrofuturismo; Literatura negra; Literaturas africanas; Literatura afrofeminina; inscritura negrofeminina, entre outros.