As inscrições nos Minicursos são gratuitas e cada participante do III Seminário Internacional do Observatório dos Movimentos Sociais na América Latina poderá se inscrever em até 3 Minicursos, desde que sejam realizados em dias diferentes.

Para se inscrever no Minicurso, o participante deverá acessar o link: https://www.doity.com.br/iiiseminariointernacionaldoobservatorio/inscricao e ir no seguinte item: “Caso já tenha feito sua inscrição no evento e deseja se inscrever apenas em alguma atividade, clique aqui”. Clicando no link disponível, o/a participante terá acesso a lista de Minicursos do evento.

 

1. TRABALHO INFANTIL: A PROTEÇÃO SOCIAL À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE
Ministrantes: Dr. Márcia Iara Costa da Silva (UFAL), Ewerton Rodrigues dos Santos (UFAL) e Patrícia Valéria Canuto de Moraes (UFAL).

O minicurso, objetiva analisar a relação entre a proteção social à criança e ao adolescente no país, ao longo da história e a persistência do trabalho infantil. A referida proposta será dividida em três etapas articuladas. Inicialmente buscar-se-á discutir os pressupostos da educação para o trabalho presente no país desde a construção das primeiras estratégias de enfrentamento a questão, indo até o cenário atual, cuja principal bandeira é a Lei da Aprendizagem. Num segundo momento, serão discutidos os elementos necessários para compreensão da criança enquanto sujeito de direitos, com ênfase no Eca, e no SGD, este último, considerado uma estratégia inovadora para a promoção direitos humanos deste público. No terceiro momento, pretende-se mostrar situação da infância trabalhadora e as principais estratégias de enfrentamento a questão: limites e possibilidades. Aqui será analisada a conjuntura atual; e fundamentados em dados quantitativos, será apresentado o trabalho infantil na atualidade.

 

2. PARA ENCANTAR, É PRECISO ENCANTAR-SE: AS CULTURAS LOCAIS NAS PRÁTICAS ESCOLARES
Ministrante: Dra. Roseane Maria de Amorim (UFAL)

Na formação de professores e professoras, tenho me perguntado: é possível formar para a sensibilidade? Ela é cultivada, construída, provocada ou estimulada? É possível ressignificar os conteúdos escolares e ao mesmo tempo formar pessoas sensíveis, críticas, responsáveis, solidárias para um mundo em constantes movimentos? (OSTETTO, 2006). Os questionamentos formulados transformam-se em guias de investigação, roteiros de buscas que se pautam na importância e na necessidade das culturas locais, principalmente a partir das artes para pensar a formação de seres humanos. É possível dizer que a importância do trabalho é evidenciar a dimensão estética como elemento constitutivo de um projeto educacional- pedagógico comprometido com a formação humana em sua inteireza, repertórios artístico-culturais, provocar o desejo e a curiosidade, instigar a desconfiança do traço acostumado e das certezas absolutas, incentivar a ousadia de desenhar caminhos de busca e experimentação, afirmando autorias, convertem-se em premissas para um trabalho que articule educação, tradição, culturas locais, ensino de histórias e arte de um modo geral e, especialmente, na formação de educadores. O paradoxo é que, na prática escolar e universitária, reina ainda os exercícios sem sentidos, exposições meramente abstratas e sem conexões com mundo contemporâneo. Assim sendo, o objetivo principal do minicurso é analisar práticas escolares pautadas nas tradições culturais locais, em consonância com o mundo global. Discutir novos paradigmas para o re(pensar) a educação. Para atingir tal fim, partiremos de brincadeiras de infâncias, análises de obras de artes e literárias locais em conexões com teóricos que questionam a educação na sociedade moderna.

 

3. METODOLOGIA DA PESQUISA QUALITATIVA EM EDUCAÇÃO
Ministrantes: Filipe Antônio (UFPE/CAA), Paloma Almeida (UFPE/CAA) e Roberta Mendonça (UFPE).

A construção de uma metodologia científica eficiente para a construção de artigos científicos, monografias, dissertações e teses faz parte do currículo de cursos de graduação e pós-graduação. É exigido do estudante uma metodologia aliada a construção do conhecimento que se espera alcançar e problematizar. Mas na realidade de muitas faculdades, pós-graduações e especializações em educação o estudante se depara com um sentimento constante de medo e angústia ao lidar com a exigência científica da escrita acadêmica. Sendo assim, propomos como Minicurso uma breve introdução ao campo da metodologia qualitativa em educação. Buscando minimizar as perguntas e medos constantes de alunos/as que estão em fase de término de curso e que precisarão escrever cientificamente

 

4. POSSIBILIDADES DE DIÁLOGO ENTRE TRANSEXUALIDADE E MÍDIA EM INTERFACE COM A EDUCAÇÃO
Ministrantes: José Kleberson Rodrigues de Almeida Ananias (UEPB) e Claudeni Maria de Lima (IFPE)

A proposta de minicurso aborda a Transexualidade como tema central e suas ressonâncias no campo midiático, dialogando com a Educação como instrumento na desconstrução de preconceitos. Diante da emergente abordagem da transexualidade pela mídia, especialmente nos veículos de massa, buscamos problematizar essa exposição trabalhando suas consequências no âmbito da educação. Dialogando com os príncipios defendidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e a situação da população trans no país. Buscando dar visibilidade a uma camada significativa da sociedade, ainda marginalizada, inclusive no ambiente escolar. Os objetivos do minicurso são; problematizar a transexualidade na mídia, contextualizar a influência da mídia na educação, analisar a situação da população trans no país e questionar o papel midiático no combate à transfobia e defesa dos direitos humanos. Para atingir esses objetivos iremos explorar abordagens da transexualidade no campo midiático, através da canção Balada de Gisberta, do filme Garota Dinamarquesa e dos programas de televisão Amor e Sexo e Estação Plural. Iremos conceituar a transexualidade e estabelecer sua interface com a educação, através das obras de Berenice Bento, Márcia Arán, Graciela Barbero e Guacira Lopes Louro. Além de dados estatísticos e institucionais sobre transfobia no Brasil e uso do nome social nas escolas.

 

5. O PODER DA LIBERDADE: A ATUAÇÃO DOS ADVOGADOS DOS PRESOS POLÍTICOS NA CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO SOCIAL DE DEMOCRACIA E DIREITOS HUMANOS NO BRASIL
Ministrante: Me. José Felipe Rangel Gallindo (UFPE).

Objetivando discutir a evolução histórica dos conceitos de Democracia e Direitos Humanos na contemporaneidade, através da análise da atuação profissional e política dos advogados que defenderam os presos políticos nos regimes de exceção do século XX (Estado Novo Varguista – 1937/1945 e Ditadura Empresarial-Militar – 1964-1985), o presente minicurso também discutirá as dimensões das permanências desses elementos ideológicos na atualidade da sociedade brasileira. A formatação do minicurso será assim desenvolvida: I – Evolução histórica dos conceitos de Democracia e Direitos Humanos na Idade Contemporânea (Revoluções Burguesas; Movimento Operário, Empoderamento Feminino e Lutas Étnica-Raciais; Revoluções Socialistas; a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), e multiculturalismo e diversidades na Modernidade Líquida); II - Sobral Pinto e o pioneirismo da defesa dos Direitos Humanos no Brasil (a defesa jurídica de Luís Carlos Prestes, Olga Benário e luta pela vida de Anita Leocádia Prestes); III – Advogados “subversivos” contra a ditadura empresarial-militar: a defesa da vida, dos Direitos Humanos e do Estado de Direito; IV – Um estudo de caso: “Tudo o que fiz foi em nome da Liberdade !” – Dra Mércia Albuquerque, a “advogada dos mil presos políticos” em Pernambuco; V – A importância do legado das lutas do passado no enfrentamento atual contra o crescimento da onda neoconservadora A proposta deste minicurso é a de ser uma ferramenta valiosa na formação político-pedagógica de futuros profissionais das mais diversas áreas, estimulando a construção coletiva e dialogal de uma consciência crítica e libertadora, inserida em uma abordagem no campo das sociabilidades da Democracia e dos Direitos Humanos.

 

6. EDUCAÇÃO POPULAR E FEMINISMO: ENSAIOS DE UMA PEDAGOGIA DE LUTA E RESISTÊNCIA.
Ministrantes: William Francisco da Silva (UFPE) e Fabiana Beatriz da Silva (UFPE)

Este minicurso visa apresentar os fundamentos e as contribuições da Educação Popular e da teoria feminista no Brasil em prol da efetivação de uma pedagogia de luta e resistência, tecida mediante a atuação político-pedagógica de atores socias (educadores/as e educandos/as) nos diversos espaços educacionais. Na primeira parte, trataremos da conceituação e constextualização da Educação Popular, com recorte na pedagogia freireana, a qual nos fornece as categorias de conscientização e autonomia, possibilitadoras de uma prática educativa construída na relação dialógica, em vista da humanização dos sujeitos e do enfrentamento destes contra toda forma de preconceito. Num segundo momento, abordaremos o pensamento feminista como ferramenta discursiva e metodológica para a reorientação da compreensão dos conceitos de sexo, gênero e sexualidade no âmbito educacional. Por fim, apontaremos alguns exemplos ilustrativos de práticas educativas exitosas que vão em direção àquilo que estamos chamando de pedagogia de luta e resistência: uma atuação e reação educativa problematizadora dos valores morais preexistentes; revisitação dos padrões do ser mulher e do ser homem na sociedade hodierna, resistindo e lutando contra as práticas patriarcais e buscando a equidade de gênero, a formação integral de meninos e meninas numa perspectiva não-sexista e o fomento às práticas crítico-libertadoras que asseguram a formação social e política dos/as educandos/as, sobretudo de camadas mais vulneráveis da sociedade. Com essas disposições, entendemos que o minucurso possibilitará ao grupo (estudantes de graduação, professores/as, líderes comunitários, educadores/as sociais, militantes de movimnetos sociais, etc) a construção de reflexões contemporâneas acerca da compreensão vigente de Educação Popular e Movimento Feminista no Brasil, articulando teoria e prática mediante as vivências cotidianas dos sujeitos nos seus espaços de ensinagens e aprendizagens, incentivando nestes espaços, discussões proveitosas que garantam o exercício de convivências cada vez mais construtivas, além de priorizar práticas respeitosas entre as pessoas, independente do sexo e gênero. Desse modo, assegurando igualdade de direitos e oportunidades, bem como reeducação cotidiana das relações intergêneros.

 

7. ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO, A LINGUÍSTICA QUE NÃO QUER CALAR
Ministrante: Dr. Iran Ferreira de Melo

Os estudos linguísticos contemporâneos de orientação discursiva têm dado relevo a investigações de caráter crítico preocupadas em dialogar suas teses com teorias das ciências sociais que tratam o funcionamento da linguagem em processos políticos e ideológicos. No rol desse tipo de pesquisa, encontra-se a Análise Crítica do Discurso (ACD), perspectiva que intenta desvelar como os falantes constróem a realidade, o sistema de crenças, as identidades e representações sociais (FAIRCLOUGH, 2000), oferecendo atenção ao processo de produção e interpretação social caracterizados por tensões sociais, e contemplando a dimensão da mudança social no discurso. A ACD entende o discurso tanto como reprodutor quanto transformador de realidades sociais e o sujeito da linguagem tanto propenso ao moldamento ideológico e linguístico quanto agindo como transformador de suas próprias práticas discursivas, contestando e reestruturando a dominação e as formações ideológicas socialmente empreendidas em seus discursos. Para a ACD, o sujeito e o discurso se constituem num processo dialético, que ora se conforma às formações discursivas/sociais que o compõem, ora resiste a elas, ressignificando-as, reconfigurando-as. Desse modo, a ACD tem-se apresentado como instrumental teórico para a análise das práticas discursivas que constróem as várias ordens sociais vigentes; como investigação das formações discursivas que engendram as relações de poder, as representações e identidades sociais e os sistemas de conhecimento e crença, ou seja, bem como preconiza Kress (1990, p. 85), “os analistas críticos do discurso pretendem mostrar o modo como as práticas linguístico-discursivas estão imbricadas com as estruturas sociopolíticas mais abrangentes de poder e dominação”. Nosso minicurso objetiva apresentar um panorama histórico desses trabalhos, suas ramificações nas distintas vertentes, bem como suas aplicações e interfaces no campo das ciências humanas, e prontificamo-nos a destacar as principais teorias, a fim de, a partir dessa proposta didática, identificar suas epistemologias e entender de que forma podemos utilizá-las como mecanismo de conscientização social.

 

8. O EXÉRCITO ZAPATISTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL (EZLN): SUA HISTÓRIA, PERSPECTIVAS E INFLUÊNCIAS NAS LUTAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS
Ministrantes: Dra. Simone da Silva Ribeiro Gomes, Dra. Júlia Benzquen (UFRPE) e Me. Guilherme Benzaquen (UFPE)

O minicurso tem como objetivo oferecer um panorama abrangente e atual da história do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), que servirá tanto aos que querem ter um primeiro contato com o movimento quanto aos que buscam entender suas mais recentes transformações. Ademais, será discutida, a partir do EZLN, a articulação dos movimentos sociais mexicanos em torno do projeto de autonomia indígena que se deu igualmente a partir de 1992 e a descomemoração dos 500 anos de descobrimento. O Concejo Guerrerense 500 Años de Resistencia Indígena se tornou uma referência para as mobilizações internas no país, mas, paradoxalmente, atingiu igualmente notoriedade internacional. Por fim, também será foco nesse minicurso a discussão acerca da educação de cunho zapatista organizada em torno da Universidad de la Tierra. Um movimento social específico será o eixo norteador das discussões, porém esse artifício servirá de parâmetro para um debate mais amplo acerca das noções de autonomia, feminismo, educação popular e projeto político. Através de uma reconstrução histórica, iremos debater a importância do movimento zapatista para o contexto nacional mexicano e para o contexto internacional. Algumas pistas para entender o sucesso da transnacionalização do movimento serão abordadas, além de abordarmos impasses, limites e logros da luta zapatista, vinte e três anos após seu (re)aparecimento em Chiapas.

 

9. O DILEMA DA REDISTRIBUIÇÃO E DO RECONHECIMENTO E AS LUTAS DOS NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS.
Ministrante: Me. Aristoteles Veloso

Este minicurso terá como objetivo dialogar sobre a herança da teoria crítica aos estudos sobre as lutas sociais de nosso século. Para tanto vamos nos orientar pelas contribuições de Axel Honneth e Nacy Fraser. Seremos instigados a refletir teoricamente sobre as lutas por reconhecimento e redistribuição dos movimentos sociais contemporâneos. Nossa proposta é apresentar a importância de pensar a luta por reconhecimento no cenário contemporâneo como uma categoria central no debate político, demonstrar a importância da interação na produção do mundo social e na construção dos processos de identidade. Iremos apresentar o debate entre Axel Honneth e Nancy Fraser sobre as categorias de redistribuição e reconhecimento destacando que esse debate é fruto das mudanças sociais do século XX onde as políticas de reconhecimento de orientação cultural vão ganhar destaque no processo de promoção das lutas políticas contemporâneas em detrimento das políticas de redistribuição de orientação econômicas. Desta maneira a nossa discussão perpassa as questões em torno da justiça social analisando quais as melhores formas, a partir da reflexão dos autores, de remediar essas injustiças, muitas vezes geradas por condições econômicas e culturais negligenciadas e desrespeitadas socialmente.

 

10. NEOLIBERALISMO, GERENCIALISMO NO SETOR PÚBLICO BRASILEIRO E IMPACTOS PARA AS CONDIÇÕES DE TRABALHO DOCENTE
Ministrantes: Tatianne Amanda Bezerra da Silva (UFPE) e Me. Pedro Henrique de Melo Teixeira

As reestruturações no mundo do trabalho, diante da crise eclodida na década de 1970, não se restringem às organizações privadas. As pressões por mudanças atingem também as instituições do setor público. Nem sempre estas alterações se dão com a mesma intensidade e no mesmo momento, porém, a ideologia neoliberal e mutações na gestão do trabalho decorrentes da nova forma de acumulação capitalista se fazem presentes também no interior do Estado, segundo Guimarães (2009). Isto significa dizer que os “modismos” administrativos têm lugar também na administração pública, mesmo que com certo atraso. Os princípios administrativos da gestão privada, como competência, produtividade, rentabilidade, eficiência etc. têm adentrado nas escolas, universidades, hospitais etc., sem uma devida compreensão de seus danos para os trabalhadores e respeito às especificidades dos serviços públicos, dando os indícios da conciliação da lógica econômica com âmbito político e social. Segundo essa nova lógica, é mediante avaliação dos resultados que será garantida a eficiência pública, sendo o Estado o grande avaliador. No caso das escolas e universidades, por exemplo, trata-se de avaliar os alunos, os professores e o desempenho da instituição como um todo, submetendo-os a exames constantes e condicionando a destinação de verbas aos resultados obtidos. Chanlat (2002) destaca como as mudanças no gerenciamento do setor público alteraram o ritmo de trabalho, a natureza e a divisão de tarefas, as exigências em termos de resultados esperados, os procedimentos prescritos etc. O autor ressalta ainda como as exigências impostas aos trabalhadores em decorrência das mudanças organizacionais repercutiram negativamente na saúde dos servidores. Considerando esses elementos, definimos como objetivo de nosso minicurso problematizar as mudanças gerenciais ocorridas no setor público brasileiro em decorrência do ajuste neoliberal e suas consequências para as condições de trabalho docente.

 

11. POR UMA PEDAGOGIA FEMINISTA RURAL: A ESCOLA DE EDUCADORAS FEMINISTAS DO MMTR/NE
Minicurso: Gabriela Monteiro Araújo (UFBA), Me. Gessica Santana de Rodrigues (UFS) e Iasmim de Araujo Vieira (Unicamp)

O minicurso tratará das experiências de educação do MMTR/NE, sobretudo a partir do processo de organização e desenvolvimento da Escola de Educadoras Feministas. Esta Escola tem por objetivo fortalecer as mulheres trabalhadoras rurais em seus estados, multiplicar conhecimentos, formar novas dirigentes e promover a formação política para as militantes do Movimento. Ao amadurecer as práticas pedagógicas feministas rurais nesta experiência, as mulheres rurais nordestinas acreditam na formação feminista a partir da multiplicação de conhecimentos contra-hegemônicos, como estratégia valiosa para a participação efetiva na sociedade brasileira, bem como para transformação desta mesma sociedade. A Escola de Educadoras Feminista reflete em grande medida, a luta do MMTR/NE em construir um processo educativo de modo autônomo, capaz de romper com as lógicas hierárquicas de produção de conhecimento, geralmente com grande caráter patriarcal, racista e androcêntrico. Desta forma, novos conhecimentos são elaborados e sistematizados compondo um escopo de produção de conhecimentos feministas, fomentado a partir de uma diversidade de saberes e de identidades – com o protagonismo de agricultoras, assentadas, quilombolas, indígenas, pescadoras, quebradeiras de coco e artesãs. As atividades de formação política das feministas rurais, planejadas e desenvolvidas por elas mesmas, tem criado um ambiente seguro, em que é possível refletir sobre as dificuldades e opressões que as mulheres enfrentam no seu cotidiano. Essa reflexão partilhada tem possibilitado o fortalecimento e a autonomia das mulheres sobre suas próprias vidas, transformando as relações nas famílias, na comunidade e nos vários espaços que elas vêm ocupando. O minicurso será desenvolvido a partir dos relatos de experiência das trabalhadoras rurais inseridas neste processo. Acreditamos que este estudo contribui para a formação de todos/as que buscam refletir criticamente sobre educação emancipatória.

 

12. DAS LOCAS DOS SERTÕES SURGE A RESISTÊNCIA: ARTE/EDUCAÇÃO E EMOÇÕES PARA AUTO-REFLEXÕES
Ministrantes: Me. Larissa Isidoro Serradela (UFPB) e Dr. Nivaldo Aureliano Léo Neto (FUNDAJ/UFRPE)

Através da Arte/Educação, pretendemos despertar emoções nos participantes que os remetam a um estado de coordenação de ações reflexivas sobre o seu contexto. Inspirando-nos em Mestres e Mestras de tradição oral, a atividade adotará outras formas de linguagem como músicas, exercícios corporais, dança e processos cênicos. A proposta conceitual parte do processo histórico de espoliação de terras e negligenciamento dos direitos dos povos tradicionais no Sertão da região Nordeste, tendo a atividade pastoril como principal alavanca colonial. No processo de resistência, os povos locais passaram a buscar refúgio nas “locas das serras”, Os atuais povos indígenas percebem as “locas” como moradas dos Mestres Encantados que os orientam, durante os rituais de Toré, a resistirem em seus processos de luta e de (re)memorização das histórias. Busca-se uma abordagem que proporcione uma pesquisa-de-si oferecendo lugar para a vivência de uma poética da resistência e do que se torna (ou é forçado a se tornar) escondido. Coletivamente questionaremos: quais as locas que existem nos sertões dos nossos corações? Quais as locas que existem nas cidades e nos campos? Quais são os processos de encantamento que podem nos ensinam a resistir? Para a realização desse momento, destacamos as seguintes etapas gerais: (1) Sensibilização dos participantes com movimentações corporais e apresentações; (2) “Contação de estórias/histórias” sobre a ocupação dos sertões, com sonorizações produzidas pelos participantes; (3) Chamada da “figura do Boi” através de músicas tocadas por uma rabeca, com percussão e danças produzidas pelos participantes; (4) Momento de reflexão sobre os espaços de marginalização existentes nos locais de origem dos participantes; (5) Estabelecimento de mapas conceituais.

 

13. LEITURA CRÍTICA DA MÍDIA
Ministrantes: Dra. Ana Veloso (UFPE), Dra. Raldianny Pereira (UFPE) e Me. Fabíola Mendonça

O minicurso parte da seguinte questão: “Qual a importância do estímulo à leitura crítica da mídia, sobretudo no contexto brasileiro, onde são cada vez mais evidentes os ataques aos direitos humanos?”. Nesse sentido, apresentaremos o contexto das comunicações, a concentração do setor e ausência de uma regulação democrática do campo e a importância do debate acerca do direito à comunicação. O método também parte da análise de matérias, oriundas de várias plataformas, previamente escolhidas pela coordenação dos trabalhos, todas pertinentes aos debates em torno da efetivação ou violação de direitos humanos. Os/as participantes serão convidados/as a fazer uma leitura crítica das produções apresentadas. Será sugerido um roteiro de avaliação pelas facilitadoras. Dessa maneira, os indicadores de análise da mídia serão apresentados não somente como instrumentos para a leitura crítica dos conteúdos que circulam na grande imprensa, mas também como ferramentas e/ou aportes que poderão ser considerados na produção de mensagens que circulam cotidianamente na sociedade brasileira, principalmente, mas não exclusivamente, nas redes sociais. Portanto, o que evidenciaremos, no minicurso, é a necessidade da plena observância dos direitos humanos na prática e vivência da comunicação social. A proposta, para além de ter íntima relação com o trabalho dos sistemas de responsabilização da mídia (BERTRAND, 1999), também terá, como base, o Manual Prático de Leitura Crítica da Mídia do Centro de Cultura Luiz Freire, de 2012, e o Manual de Mídia e Direitos Humanos, do Intervozes, 2014.

 

14. SISTEMATIZAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS NA GARANTIA DOS DIREITOS HUMANOS
Ministrantes: Catarina de Angola Oliveira Silva (UFRPE) e Me. Monyse Ravenna de Sousa Barros (UFC)

A proposta do minicurso Sistematização de Experiências na Garantia dos Direitos Humanos é de promover a reflexão e a prática acerca da sistematização de experiências do campo popular. A sistematização é um instrumento de registro, reivindicação e divulgação de experiências práticas e de valorização de saberes do campo popular, como grupos, organizações, coletivos, movimentos sociais e comunidades urbanas e rurais, na perspectiva da valorização dos direitos humanos. O Brasil vive um momento de crise política, econômica e social. Direitos de trabalhadores e trabalhadoras sendo ameaçados e meios de comunicação concentrados nas mãos de poucas famílias. Ampliar e fortalecer as vozes do povo brasileiro é uma das estratégias importantes na busca pela manutenção, efetivação e garantia de outros direitos, além de fortalecimento de pautas, em geral, invisíveis. A sistematização de experiências na comunicação popular tem uma importante função para que vozes ecoem. O minicurso propõe trabalhar a teoria e a prática de sistematização, construindo coletivamente os conceitos, e a partir de experiências práticas e exitosas do campo popular, promovendo atividade prática da sistematização de experiências em formato de textos com os participantes. Na perspectiva de que possam após o minicurso colocar os conhecimentos em prática. Entre os conteúdos, a necessidade de pluralidade de vozes na construção dos textos, do respeito aos direitos humanos e da importância da abordagem de pautas que têm pouca representatividade nos meios de comunicação. O minicurso utiliza ainda materiais em texto, fotos e vídeos para apresentação dos conceitos. A sistematização de experiências é aplicada por organizações da sociedade civil como instrumento educação não formal, na perspectiva de valorização de saberes locais e das práticas de luta e resistência. Espera-se como resultado, a ampliação de possibilidades de instrumentos que reforcem a valorização de identidades, e construção de processos de comunicação democrática e popular.

 

15. UM BANQUETE COM HEIDEGGER: A POÉTICA DA VIDA EM LUTA.
Ministrante: Me. Íris Marcolino (UFSC)

Objetivo Geral: Estimular uma transfiguração das sensações experimentadas na lutas sociais, com base em narrativas heideggerianas, buscando compor um “poema coletivo” a partir do drama poético-filosófico desenvolvido em partilha através da técnica da filosofia teatral.  Objetivos Específicos: 1-Experimentar as palavras do corpo, a partir daquilo que se sente, dando expressão aos significados das dores e angústias sofridas em sociedade. 2-Partilhar em forma de “Banquete” as sensibilidades da experiência em grupo, a partir das sensações advindas dos textos produzidos. A fala poética do corpo; A crítica a uma sociedade comum; A dança das diferenças; Uma moral a-moral; O corpo uma dança; A partilha do banquete. Metodologia: A aula será expositiva com a mediação da professora e o desenvolvimento do trabalho será em grupo, apreciando-se técnicas corporais de relaxamento e expressões de cunho filosófico e poético.  Síntese integradora: Contemplar, através da filosofia, a poética da vida em luta é poder partilhar dos desafios que existem na vida coletivizada pelos processos diários, podendo ressignificar de modo consciente a presença da arte e da reflexão sobre as atitudes. A experimentação de um corpo poético é a própria expressão que dá liberdade à dança diária da vida. O banquete de frutas simbolizado pela “partilha” provocará o sentimento de posse àquele que denomina e julga.

 

16. PRÁTICAS SOCIOEDUCATIVAS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RUA
Ministrantes: Alana Anselmo Carneiro (UFPE), Itamar Lima de Sousa Junior (UNICAP) e Jeane Alves dos Santos Cançado

Este minicurso pretende trazer luz sobre práticas educativas desenvolvidas com crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, especificadamente àqueles (as) em situação de rua; a partir de uma prática interdisciplinar de cunho socioassistencial, cuja proposta se debruça sobre os componentes lúdicos da abordagem socioeducativa, onde se prioriza a construção de laços de confiança entre educadores (as) sociais e as crianças e adolescentes. Intervenção, esta, que objetiva proximidade com grupo e, assim, realizar encaminhamentos para acesso ao Sistema de Garantia de Direitos; bem como possibilidades de saída das ruas para espaços protegidos. O minicurso iniciará com um momento de sociabilidade, com vistas a compreender expectativas e expertises dos participantes, objetivando conduzir o processo formativo de acordo com as necessidades do grupo. Em seguida tematizar-se-á problemáticas da situação de rua de crianças e adolescentes; alternando-se momentos de explanação do modelo socioeducativo desenvolvido com as crianças e adolescentes em situação de rua e atividades grupais análogas às experiências práticas das autoras deste trabalho; como jogos, quebra-cabeças, pinturas, desenhos, entre outros. A proposta educativa que será apresentada busca refletir criticamente os desdobramentos da educação não formal e potencializar práticas inovadoras e transformadoras no que diz respeito às políticas afirmativas para crianças e adolescentes em situação de rua, os estigmas e os desafios enfrentados para a efetivação do atendimento qualificado e humanizado para este público vulnerável. Tais pressupostos versam sobre a premissa de entender todas as crianças e adolescentes como sujeitos de direitos e que têm assegurados no ECA a prioridade absoluta para garantia e desenvolvimentos de suas vidas.

 

17. LINHA DO TEMPO E PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NO BRASIL
Ministrante: Dénison Araújo (UFPE)

Apresentar a linha do tempo da educação em direitos humanos (EDH) no Brasil, e promover uma discussão/reflexão sobre os desafios, enclaves e perspectivas desta frente à atual conjuntura sociopolítica da educação no país. Compreender os pressupostos teóricos-metodológicos da EDH (Contexto América Latina e Brasil).

 

18. COMUNICAÇÃO, MÍDIA E DIREITOS HUMANOS
Ministrantes: Raimunda Alice Lucena Gomes (UFRN) e Patrícia Paixão de Oliveira Leite (UFPE)

A teoria de Paulo Freire sobre comunicação e extensão; sistema público, privado e estatal de radiodifusão; autorregulamentação e regulamentação das mídias tradicionais e das novas tecnologias midiáticas; a relação entre as condições de produção, participação, circulação e acesso aos bens simbólicos; a comunicação e o discurso dos direitos humanos; comunicação comunitária x mídia tradicional; liberdade de expressão e o direito humano à comunicação no Brasil e na América Latina; criminalização dos movimentos e lutas sociais no discurso midiático.

 

19. SORORIDADE NO FEMINISMO LATINO-AMERICANO
Ministrantes: Paloma Raquel de Almeida (UFPE) e Me. Sérgio Antônio Silva Rêgo (UFPE)

A pluralidade das mulheres e dos estudos de gênero leva à diversidade enquanto múltiplas possibilidades de ser, estar e reconhecer-se. Nesse sentido, os feminismos latino-americanos consideram a heterogeneidade da formação de seu povo e, a partir disso, constrói uma visão solidária e de educação popular e comunitária, na qual as diferenças são reconhecidas, problematizadas e dialogadas. Esta percepção busca construir uma lógica na qual as mulheres rompam as teias do patriarcado, para, juntas, tecerem relações mais justas e solidárias entre os seres humanos. Esta solidariedade, quando dada entre mulheres que trabalham na busca de objetivos comuns, apesar das diferenças, está contida na sororidade. Segundo Marcela Lagarde (2015), a sororidade é um princípio de ética feminista que toca a subjetividade e a política patriarcal e gera uma mudança intelectual e afetiva transgressora, representada pela empatia para com a outra equivalente, investida de direitos (LAGARDE, 2015, p. 311). Assim, este minicurso tem como objetivo apresentar noções sobre sororidade a partir do pensamento feminista latino-americano de Marcela Lagarde, cuja obra servirá de base para as discussões. Será escolhido um texto central dentro da obra desta autora que contenha as suas principais ideias em torno da sororidade, a partir do qual será realizada a discussão com o grupo. Ao final, será realizada atividade na qual as/os participantes proporão ações sororais em seu cotidiano. Acreditamos que revisar as práticas discriminatórias entre as próprias mulheres e construir, conjuntamente, uma nova via, na qual a irmandade entre as mulheres seja visibilizada e incentivada, constitui uma importante contribuição deste minicurso para a formação profissional e crítico-reflexiva daquelas/es que trabalham com a educação nos mais diversos âmbitos.

 

20. CAPOEIRA ANGOLA: UM OLHAR FEMINISTA A PARTIR DO PENSAMENTO DE AUDRE LORDE
Ministrantes: Me. Cecília Godoi (UFRPE) e Francineide Marques (UFRPE)

Dados os fortes impactos do racismo e do sexismo presentes na cultura brasileira, fazem-se necessárias ações para desconstrução destes dogmas sociais que estigmatizam e colocam às margens principalmente mulheres negras, periféricas e lésbicas. O minicurso Capoeira Angola: um olhar feminista a partir do pensamento de Audre Lorde pretende discutir a pertença de mulher negra feminista a partir da prática cultural da Capoeira Angola. Propõe-se o desenvolvimento de atividades lúdicas do jogo da capoeira e reflexões sobre as lutas políticas de mulheres negras, sob a perspectiva de um feminismo negro, situando o corpo como espaço estratégico para o fortalecimento de mulheres negras e fortalecimento de identidades positivas acerca da negritude e do feminino. A oficina é voltada para o público do evento que se interesse por ações educativas integradas a práticas corporais e a cosmovisão afro-brasileira & anti-patriarcal. Sendo dividida em duas partes, a oficina conta com um primeiro momento de reflexões a partir de explanação oral, tendo por referência trechos dos textos da autora escolhida, Audre Lorde, aonde ela versa sobre corpo e identidade. Nesse momento haverá abertura para o diálogo com xs participantes. Este é o momento de perceber a Capoeira Angola falada por Angoleiras Feministas. A segunda parte será dedicada a passagem de movimentos da Capoeira Angola para que xs participantes experimentem e conheçam os movimentos desta arte, mesclando orientações físicas e filosóficas durante os ensinamentos. Utilizaremos datashow e aparelho de som que rode cd-room ou pendrive, assim como também levaremos alguns dos instrumentos musicais usados na bateria que compõe a roda de Capoeira Angola. Com a vivência pretendemos lançar o olhar para possibilidades de novas formações para o campo da educação nos movimentos sociais da América Latina e impulsionar a efetivação de políticas públicas que visam a igualdade, considerando a diversidade como premissa para democratização e conquista de direitos.

 

21. LGBTFOBIA E EDUCAÇÃO
Ministrante: Márcio Rubens de Oliveira (UFPE) e Macdouglas de Oliveira (UFRPE)

A sexualidade humana exerce papel importante no desenvolvimento das mulheres e dos homens e na forma pela qual elas e eles se relacionam, assim, parece importante a criação de condições e possibilidades de discussão sobre educação sexual, homossexualidades, gênero e LGBTfobia em todos os espaços de socialização. Pois, enquanto não se resolve em qual lugar deve existir esta discussão e reflexões, as violações vão se acumulando e o silêncio, esquiva e boicote a estes temas retardam o avanço das suas compreensões e consequentemente do desenvolvimento de estratégias interventivas diante delas. No caso da LGBTfobia, ela caracteriza-se, entre outras coisas, por tratamentos pautados em preconceitos e pré-julgamentos resultantes de rejeição social, hostilidade, humilhações, inferiorização e subalternizações. Compreensões dessa natureza exercem determinadas estratégias de poder que vão se sustentando através de discursos de defesa de “verdades”, que mesmo quando as expressões mais evidentes de LGBTfobia não são claramente identificadas, fortalecem o poder destes discursos, tornando-os invisíveis e consequentemente mais eficientes. A LGBTfobia pode ser encontrada em todos os espaços sociais. Segundo estudos sobre a homofobia e a questão da hierarquização e da humilhação social, a escola (inclua-se a universidade) e a família são os dois espaços onde mais ocorrem práticas de preconceitos contra pessoas LGBT’s. Diante disso, nosso objetivo é discutir e problematizar as questões em torno da LGBTfobia e da educação (escolar e universitária), buscando pensar estratégias de enfrentamento de práticas normatizantes, preconceituosas e violentas. Propomos dialogar com pessoas interessadas pelo tema, apresentando conceitos e dividindo experiências que possibilitem ressignificar a maneira como a LGBTfobia é tratada no contexto educacional.

 

22. MOVIMENTO DE CULTURA POPULAR
Ministrante: Dra. Letícia Rameh (UFPB)

Neste minicurso pretendo discutir com os participantes o modo pelo qual o Movimento de Cultura Popular (MPC) do Recife desenvolveu suas ideias e práticas que pretendiam contribuir para a transformação das relações socioeducativas de Pernambuco, na área da cultura, da arte e da educação popular a serviço dos setores populares do município. O Movimento foi criado no Recife, em 1960, e seu precoce fim ocorreu com o golpe militar de 1964. A fundamentação teórica para embasar o desenvolvimento dos principais conceitos contará com a contribuição de Verena Alberti (história oral); Paulo Freire (educação e cultura popular); Ginzburg (circularidade cultural); Le Goff (memória), entre outros. Nossa abordagem será respaldada na metodologia da história oral na qual mostrarei as fontes escritas e orais. Neste minicurso desejo ainda trazer para o debate o MCP no Recife, revisitando a sua história e memória, abordando aspectos significativos de sua trajetória como movimento que, atuando entre as camadas populares, possibilitou ampliar não só as oportunidades de alfabetização de adultos como também da educação básica para crianças. O minicurso mostrará a importância do Movimento de Cultura Popular do Recife pelo que integrava a educação, a arte e a cultura, envolvendo a relação entre os intelectuais dos setores médios da sociedade e dos setores populares. A proposta resultou na criação da Secretaria Municipal de Educação e no crescimento substancial de novas escolas. Mas, como as elites tradicionais já se encontravam insatisfeitas, após a instauração da ditadura militar, elas influenciaram para o término do Movimento. Em síntese, analisarei e refletirei a história e memoria do MCP a partir da cultura popular, destacando a sua importância no cenário educacional do Recife, no período de 1960 a 1964, razão por que se mostra relevante esse mini curso tanto, pela contribuição dada na área da cultura, arte e educação quanto pelo resgate de documentos inéditos e a retomada de alguns fatos até então pouco esclarecidos.